SÃO PAULO – O efeito do aumento da renda no consumo tem se reduzido ao longo dos últimos anos, revelou pesquisa realizada pelo Provar/FIA (Programa de Administração do Varejo/Fundação Instituto de Administração).
Em 2008, quando a renda do consumidor variava 1%, as vendas reais sofriam um avanço de 0,93%. Neste ano, porém, a cada elevação de 1% na renda, as vendas aumentam 0,73%.
De acordo com o coordenador-geral do Provar, Claudio Felisoni, isso se dá devido ao aumento da participação das classes mais baixas no mercado consumidor, as quais compram menos, mesmo se tiverem um aumento da renda, o que impacta no resultado geral.
“Há uma participação mais ativa de famílias de menor poder aquisitivo, então o impacto da variação da renda no consumo é menor”, afirmou, nesta quarta-feira (14), durante apresentação de dados sobre a intenção de consumo dos paulistanos.
Prazo médio Embora tenha diminuído o impacto da renda sobre o consumo, o prazo médio tem aumentado sua influência sobre as compras.
Em 2008, quando o prazo médio variava 1%, as vendas reais sofriam uma variação de 0,15%. Neste ano, a cada elevação de 1% no prazo médio, as vendas sobem 0,56%.
Segundo Felisoni, os prazos médios estão em torno de 515 dias, mas tendem a se dilatar, o que dará sustentação às vendas a prazo, mesmo em um ambiente de aumento da taxa básica de juro, a Selic, que tende a encarecer esse tipo de aquisição, por ter influência nas taxas de juro praticadas ao consumidor.
“A influência da taxa de juro passa a não ser tão significativa, porque o prazo ainda é grande. A taxa de juro no Brasil é muito alta, então, se ela aumenta um pouco ou se ela diminui um pouco, não tem tanto impacto no consumo. A diminuição do prazo é muito mais danosa”, disse Felisoni.
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