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Feijão sobe 77% como resultado das chuvas e da safra mais fraca; batata aumenta 57%
Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de índices de preços do IBGE, diz que os alimentos foram bastante afetados no começo do ano devido às condições climáticas, o que causou um aumento de preços em determinados produtos.
- As pessoas estão gastando mais porque os preços cresceram. Os índices de inflação já são maiores do que os de todo o ano passado e os grandes responsáveis são os alimentos, que vêm apresentando variações [de preço] acima de 1% principalmente por causa das chuvas, que danificam a qualidade dos alimentos e das lavouras.
Dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado nesta quarta-feira (9), mostram que a inflação oficial atingiu 0,43% no mês passado. O número é o menor do ano e significa que os preços subiram com menos força no período, mas ainda assim são maiores do que o governo espera.
O indicador soma 5,22% nos últimos 12 meses – valor acima dos 5,26% dos meses anteriores. O governo trabalha com 4,5% de inflação para 2010.
Cesta básica
O R7 levou em conta 12 produtos da cesta básica para avaliar a variação deles desde janeiro. Feijão e batata lideram os aumentos no ano, mas há grande aumento de preços em produtos como o leite (de 23,62% em cinco meses) e o açúcar (22,04%), que depende da produção das lavouras de cana.
O tomate, que ajudou a aumentar a inflação nos últimos quatro meses, teve queda forte em maio, mas ainda acumula alta de 20,14% desde janeiro. Entre os outros componentes da cesta, ainda subiram o arroz (acumulado de 5,82%), a carne (3,41%), pão francês (1,19%) e a banana (0,13%).
Outros quatro produtos acumulam queda nos preços: farinha (-2,25%), café em pó (-1,06%), óleo (-9,92%) e manteiga (-0,25%).
Para Manuel Enriquez Garcia, professor de economia da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP, duas coisas fazem diferença nos preços quando se fala em alimentos: a safra e a procura dos consumidores.
- No caso do feijão carioca, dá para ver que houve um aumento da demanda em um momento de condições climáticas desfavoráveis. Agora, os problemas provocados pelas chuvas de janeiro e fevereiro foram embora e o preço deve começar a cair.
A coordenadora do IBGE explica que, no caso do feijão, a produção fica por conta de pequenos produtores, diferente do que ocorre com a cana e com a soja. Quando o preço está em queda, esses agricultores trocam a cultura plantada por outra mais rentável.
Em 2007, o feijão carioca subiu 144,42%. Em seguida, os produtores passaram dois anos – 2008 (-29,5%) e 2009 (-35,85%) – vendo quedas de preços e a área plantada diminuiu.
- Quando os preços sobem, os produtores acabam plantando mais. Neste ano, o feijão foi menos plantado e o preço aumentou. Além de a produção ter ficado mais cara, as chuvas derrubaram a qualidade dela.