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Escolas adotam medidas rígidas devido ao mal que atinge índice alarmante e faz criança ter doenças de adulto
Rio - A obesidade infantil atingiu o maior índice de todos os tempos, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). Dependendo da faixa etária, varia de 12% a 17% o percentual de crianças obesas no Brasil. Com isso, cada vez mais os pequenos desenvolvem doenças de gente grande: colesterol alto, hipertensão e diabetes tipo 2. Cientes disto, várias escolas estão entrando na luta contra o problema. Além de abordar o assunto em sala de aula, algumas tomam medidas enérgicas: ‘banir’ lancheiras e elaborar listas de alimentos cujo consumo é proibido.
A Escola Mopi, na Barra, por exemplo, não tem cantina e nem permite que o aluno leve lanche de casa. Lá, o cardápio é elaborado por uma nutricionista. Além disso, estudantes acima do peso passam por orientação nutricional. Foi o caso de Sofia Hipolito Saboya, 9 anos. “Foi a primeira dieta dela. A escola melhorou sua auto-estima”, comemora a mãe, Ana Paula, 43, cuja outra filha, Paula, 7, também é da Mopi.
No Núcleo Educacional Infantil Passo a Passo, em Copacabana e na Gávea, o cardápio também é feito por nutricionistas. Mas, para pais que preferem que o filho leve lanche de casa, há lista de itens proibidos, como biscoitos recheados, salgadinhos, frituras, refrigerantes e doces, entre outros. “Incentivamos que a criança coma frutas e lanches mais caseiros. Há uma cultura de valorização dos produtos industrializados. O que deve ser feito é um trabalho de conscientização”, explica a coordenadora, Isabela Cazes.
Segundo Bruno Geloneze, vice-presidente do Departamento de Obesidade da SBEM, o problema se deve a dois fatores: as famílias têm consumido mais alimentos calóricos e diminuído a prática de atividades físicas. “Há grande ingestão de alimentos com gordura trans e refrigerantes com açúcar, mais baratos. E, com a falta de segurança, crianças brincam menos na rua, correm menos, e se relacionam mais com TV e computador”, diz.
DIA DA FRUTA
Tanto na Passo a Passo quanto na Mopi há o ‘Dia da Fruta’: uma vez por semana, cada aluno leva uma fruta para uma divertida degustação. Para tornar sedutora a comida, a nutricionista da Mopi, Viviane Nogueira, usa métodos que estimulam brincadeiras e o ego das crianças. “Elas comem juntas e aprendem a montar seu próprio sanduíche da forma mais colorida possível. Para os pequenos, dizemos que a beterraba, por exemplo, serve para colorir o arroz e a língua.” Se mesmo assim alguém insiste em não comer, Viviane usa argumentos infalíveis: “menino que come tem força para nadar e lutar”; “menina fica com pele e cabelo mais bonitos”.
ORIENTAÇÕES
A pedido de O DIA, a nutricionista Wilma Amorim dá algumas orientações para combater o problema.
SANDUÍCHES
Os feitos com pão árabe, integral, ou bisnaguinha são indicados, pois têm baixo teor de gordura. Para torná-los atrativos, o recheio pode ser queijo, presunto magro ou peito de peru.
SUCOS
No lugar dos refrigerantes, o melhor são os sucos, de preferência naturais. “Se conservados com tampa, não perdem tanto as vitaminas e, assim, podem ser levados para a escola”.
DE JEITO NENHUM
A criança deve consumir alimentos mais naturais possíveis: nada de comidas congeladas, nuggets ou macarrão instantâneo. São alimentos muito gordurosos e esta gordura custa a “queimar”.