Alerta contra a perda muscular

Idosos devem ter rotina de boa alimentação e exercícios físicos para evitar quedas e até problemas respiratórios

POR CLARISSA MELLO

Rio - Um programa regular de exercícios físicos e cuidados com a alimentação trazem benefícios para qualquer idade. Mas em idosos as vantagens se multiplicam, pois estas atitudes retardam a perda de massa muscular.

Segundo a endocrinologista Ellen Paiva, a perda de massa muscular resulta não só em flacidez, mas também causa insegurança para caminhar, quedas e até dificuldades para respirar ou tossir, deixando o idoso mais propenso a desenvolver infecções nas vias aéreas. “É fundamental ter uma alimentação adequada e praticar atividades físicas para que seja possível preservar a musculatura na terceira idade”, afirma.

Entretanto, fazer com que o idoso se alimente adequadamente é um desafio. Os pacientes de terceira idade são os que mais resistem a dietas, dizem os médicos. Além de terem resistência à mudança de hábitos, eles sofrem com a progressiva perda de apetite e de papilas gustativas, que faz com que os alimentos sejam percebidos como ‘sem graça’ e ‘sem sabor’.

“Por isso eles evitam verduras e legumes, beliscam mais e preferem os alimentos mais condimentados, com muito sal e acúcar, picantes e fritos”

A solução é investir em temperos naturais, como salsa, cebolinha e alho. Temperos prontos não devem ter adição de sal. Para sobremesa, o ideal é comer frutas ou doces elaborados a partir delas.

Em relação aos exercícios, a médica recomenda frequência mínima de três a quatro vezes por semana. “Além da musculação, as modalidades mais benéficas são caminhadas, natação, hidroginástica, dança e jogos coletivos”, observa, lembrando que é importante procurar orientação de especialista. “Acordo cedo, faço caminhada e, na hora de comer, prefiro saladas, alimentos com fibras e carne magra”, ensina o aposentado Eduardo Coreixas, 63.

Deve-se evitar suplementos em cápsula

A melhor fonte de vitaminas e sais minerais é o alimento. Segundo Ellen, suplementos vitamínicos em cápsulas são ineficientes em relação à prevenção de doenças crônicas, câncer e envelhecimento. “Muitos idosos precisam de mais quantidade de cálcio e vitamina D. Quando comem pouco esses nutrientes, podem ter a densidade óssea afetada e correm mais risco de sofrer com osteoporose e fraturas”, explica.

O ideal é utilizar alimentos ricos em proteína que sejam facéis de mastigar, como suflês e gratinados, que utilizam molhos à base de leite e queijos; carnes moídas, como almôndegas cozidas e panquecas recheadas com esses alimentos.