Últimos artigos
Megadesconto pode ocultar golpe; veja dicas de compra online19/07/2011
Abastecer o carro nas estradas pode sair mais barato22/12/2010
Serasa: emissão de cheques sem fundos volta a crescer 22/12/2010
Saiba se vale a pena a suspensão de um serviço durante as férias 22/12/2010
Cartão de crédito é a principal pendência para 71% dos endividados 22/12/2010
CNC: total de endividados cai para 58,3% em dezembro 22/12/2010
Aneel criará tarifas diferenciadas para cobrança de luz 22/12/2010
Prévia da inflação oficial avança em 2010 com preços dos alimentos 22/12/2010
Carne sobe mais e alimenta inflação 22/12/2010
Aeroviários e aeronautas mantêm greve para o dia 23, antevéspera de Natal 22/12/2010
Fonte: Portal do Jornal Folha de S.Paulo 8/3/2010
Texto enviado ao JurisWay em 08/03/2010.
LEILA COIMBRA
da Folha de S.Paulo
As concessionárias de energia reduziram os investimentos nas suas redes nos últimos três anos, o que ajuda a explicar a sucessão de "apaguinhos" que atinge o país. Entre as empresas que puxam o ranking de pequenos blecautes, o corte de gastos chega a 30%.
A distribuidora Ampla, no Rio, responsável por constantes interrupções no fornecimento, promoveu corte de 18% já entre 2007 e 2008. No período, o total investido caiu de R$ 427 milhões para R$ 351 milhões. Na Celpe (PE), os R$ 372 milhões investidos em 2008 recuaram para R$ 255 milhões no ano passado -corte de 31,5%.
Na CPFL (que opera em SP e no RS), o plano de investimentos em distribuição nos próximos três anos mostra queda de 42%: de R$ 1,3 bilhão em 2009 para R$ 761 milhões em 2012.
Levantamento da associação das distribuidoras de energia (Abradee) com 63 empresas (100% do mercado) reforça o diagnóstico e aponta que em 2008 houve diminuição dos investimentos globais de R$ 9,3 bilhões para R$ 8,8 bilhões -queda de 6,6%. Os números de 2009 não estão fechados.
A queda ocorreu devido a estratégias equivocadas, segundo especialistas. Primeiro porque, com a crise global, em 2008 as empresas reduziram orçamentos após a queda do consumo.
E, após a retomada, os números oficiais (Operador Nacional do Sistema Elétrico) indicavam que a demanda subiria 6%. Mas, em alguns Estados, como o Rio, o consumo residencial aumentou 16%.
Antes, as empresas já haviam decidido reduzir investimentos por conta da queda nas tarifas provocada pelo segundo ciclo de revisão pela Aneel (agência reguladora), iniciado em 2007.
Para executivos do setor, os "apaguinhos" têm relação direta com o corte dos investimentos. Hoje eles já ocorrem a partir do início da tarde, e não mais em um único horário de pico, à noite, por conta de aparelhos de ar-condicionado ligados.
Isso significa que a rede de transformadores e circuitos está funcionando de forma sobrecarregada. A solução seria aumentar a relação entre o número de transformadores e de residências, pois cada família tem hoje um consumo bem maior que no passado.
A diretora financeira da Abradee, Lívia Baião, afirma que a queda dos investimentos ocorreu porque o programa Luz Para Todos, de universalização do fornecimento de energia, está no fim.
O mesmo argumento foi utilizado pela Neoenergia, dona da Celpe, que disse, via assessoria, que os valores aplicados pela empresa diminuíram por conta do fim do programa.
O Luz Para Todos exigiu investimentos da Celpe de R$ 150 milhões em 2008 e de apenas R$ 37 milhões em 2009. Descontado o plano de universalização, o investimento seria de R$ 220 milhões ao ano.