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RIO - O engenheiro Pedro Augusto Xavier Bastos vivia prometendo a si mesmo que depois dos 40 anos teria uma vida mais saudável. Porém só tomou essa decisão pra valer aos 45 anos, quando já estava acima do peso, com glicose subindo e a pressão lá em cima. Começou pedalando em ciclovia e hoje participa de provas de 200km no Tour de France. A empresária Márcia Niemeyer, de 40 anos, sofreu um atropelamento, teve seus ossos esmigalhados, enfrentou três cirurgias e ficou 15 dias em coma. Descobriu no bodyboard a saída para a sua recuperação. E Júlia Vianna, de 67 anos, tratou sua depressão - depois de perder um filho - correndo. Antes quase sedentária, correu três maratonas de Nova York. Para especialistas em exercícios, o esporte, quando bem orientado e na dose certa, é um excelente remédio na cura de traumas físicos e emocionais.
Pedro, de 47 anos, foi salvo pelo ciclismo. Com 1,78m, chegou a pesar 20 quilos acima do ideal. Agora está em forma, mas ainda quer emagrecer porque se prepara para uma prova de estrada de 180km em julho, na França. Ao trocar a bike comum para a modalidade em estrada, leva a sério os treinos com Walter Tuche e as orientações de nutricionista:
- Hoje me sinto melhor e a minha mudança de hábitos é um exemplo para os meus filhos, Pedro Henrique e Bárbara. A minha mulher, Tanise, que sempre se preocupou em ter alimentação saudável, é minha grande incentivadora. Ainda tomo remédios para hipertensão e controle da glicose, mas em doses muito menores.
Ele está no caminho certo. Pesquisas mostram que a atividade física funciona contra doenças. E pessoas que sofrem de depressão, Alzheimer e Parkinson também podem se beneficiar, diz a pesquisadora Andrea Deslandes, da Fiocruz e do Laboratório de Neurociência do Exercício da UFRJ.
- Estudos na Austrália, nos EUA e no nosso laboratório revelam que tanto o treino aeróbico como o de força aliviam a depressão. Se for leve ou moderada, o resultado poderá ser tão bom quanto o da droga antidepressiva - afirma.
- Nem todo paciente responderá ao exercício como um tratamento não-farmacológico, e isto estará relacionado a diversos fatores, como a gravidade, a adesão ao treino e a intensidade.
Júlia respondeu bem. Ela caiu em tristeza profunda depois de perder o filho e a cunhada num acidente. Na época, foi difícil reagir. Aos poucos, incentivada pelo filho médico, passou a fazer caminhadas leves na área dos fortes em Niterói. Foi quando conheceu o técnico Marcelo Borges, de triatletas como Fernanda Keller. Em pouco tempo estava participando de provas; estreou na Corrida de São Sebastião, e não parou mais. Correu três anos seguidos a Maratona de Nova York.
- Eu me sentia uma estranha num ninho de atletas, mas subi ao pódio em minha categoria. Com a corrida, reduzi a dose de antidepressivos e do remédio para pressão. Fiz amigos entre os corredores. Agora estou parada por causa de um tombo, mas continuo me exercitando em academia.
Atividade aumenta sensação de prazer
Ela foi beneficiada pela liberação de substâncias como hormônios, neurotransmissores e fatores que comandam respostas cognitivas, emocionais e motoras. Não só o músculo hipertrofia e se fortalece, mas ocorre maior atividade cerebral, produzindo neurônios e vasos, melhorando a conexão dos que existem, diz Andrea. Ela lembra que a motivação para se exercitar depende de algum tipo de recompensa, durante a atividade ou no resultado que se tem.
Se a pessoa nunca vivenciou momentos prazerosos com a modalidade ou nunca atingiu resultados que lhe motivasse a continuar, provavelmente ela não terá o estímulo para iniciar ou retomar um programa. Apesar de o exercício produzir substâncias como endorfinas, dopamina e anandamida que aumentam a sensação de prazer, isto requer um mínimo de tempo e intensidade para acontecer.