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SÃO PAULO – Os brasileiros estão com mais dívidas do que nunca. O endividamento das famílias bateu recorde no ano passado, ao atingir o equivalente a 40% da renda anual. Mas isso não significa que a população está com mais dificuldades financeiras do que há alguns anos.
De acordo o Banco Central, o endividamento da pessoa física cresceu 19,7% em 2009, quando os compromissos das famílias com cartão de crédito, cheque especial, empréstimos bancários, Previdência Social e gastos direcionados para habitação e financiamento rural somaram R$ 637,393 bilhões.
Pesando menos
Baseado nos dados do BC, o economista da LCA Consultores, Bráulio Borges, afirma que hoje as famílias gastam cerca de 15% de sua renda todos os meses para pagar as prestações das dívidas ao sistema financeiro, mas que esse percentual já foi bem maior - de 18% em 2006.
“A chave para entender essa aparente contradição está na ampliação dos prazos. O prazo médio das operações de crédito para pessoa física quase dobrou entre 2006 e 2009, de 17 para 31 meses”, explicou Borges.
Isso significa que, mesmo com um montante maior, as dívidas já não pesam tanto nos gastos mensais dos brasileiros como pesavam em 2006, 2007 e 2008. “Mas isso se deveu ao aumento dos prazos, o que significa que as famílias vão demorar mais tempo para conseguir saldar essas dívidas e contratar novas”, disse o economista.
Para Borges, os dados recentes mostram também que “o montante de juros que as famílias estão pagando aos bancos é maior, mesmo com a queda das taxas de juros cobradas pelos bancos nos últimos meses”.
Com emprego, sem inadimplência
O especialista é otimista ao afirmar que, se essas pessoas que contrataram as dívidas continuarem empregadas – o que parece ser o cenário mais provável daqui para frente –, esse aumento do grau de endividamento não necessariamente vai representar um aumento da taxa de inadimplência. “Especialmente diante da possibilidade cada vez maior de os consumidores contratarem dívidas cada vez mais longas”, declarou.
Como exemplo, ele cita os Estados Unidos onde, antes da recessão, o endividamento das famílias superava 100% da massa de renda da população, mas a inadimplência era baixa e estável. “Com a recessão e a elevação da taxa de desemprego, de 5% em 2007 para 10% em 2009, a inadimplência, óbvio, explodiu”, finalizou Borges.