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Sensibilidade à dor varia de mulher para mulher, ressalta obstetra.
Técnica foi descoberta por acaso em 1803 na França.
O primeiro caso de parto na água – em que a criança nasce com a mãe dentro de uma banheira – relatado em revista científica ocorreu em 1803 na França. A parturiente estava já havia três dias em trabalho de parto, os médicos não sabiam o que fazer, ela foi colocada em uma banheira e o nenê nasceu. Mas o estudo das vantagens dessa modalidade de parto só ganhou corpo nas últimas décadas – a primeira conferência médica específica foi realizada em Londres, em 1995 – e, no Brasil, ainda são raros os profissionais com experiência na área.
“Infelizmente, somos poucos”, diz Adailton Salvatore Meira, ginecologista e obstetra formado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O país mais avançado na realização de partos desse tipo é a Inglaterra. Em 1992, o parlamento britânico recomendou que todos os hospitais públicos tivessem banheira em ambiente de parto, e hoje mais de 90% das unidades de saúde seguem a recomendação, conta Meira, que estudou a modalidade entre 1986 e 1987 em uma maternidade em Paris.
As premissas que orientam o parto na água são muito simples. Primeiro: tudo aquilo que influencia a segurança ou insegurança da parturiente vai ajudar ou atrapalhar no parto. “Até odores influenciam”, explica Meira. “Um cheiro bom ajuda. Cheiro de formol, dificulta. A água é um elemento de ajuda ao parto, desde que a mulher se sinta bem com isso.” A temperatura da água mais adequada, por exemplo, é definida caso a caso. “É abaixo de 36°C, porque essa temperatura abaixa muito a pressão. O parâmetro é a pressão.” Em segundo lugar, no parto em banheira a parturiente fica mais leve, por causa da flutuação, o que facilita os movimentos.
A resistência à dor também é uma situação avaliada caso a caso. “Há mães que entram na banheira e a água, por si só, já serve como alívio de dor. “Há outras que, com 2 centímetros de dilatação, já estão gritando de dor, porque têm alta sensibilidade à dor”, conta o médico.
Cuidados
Meira ressalta que o parto na água é um meio, não um fim em si mesmo. “Não pode ser objetivo em si, é um meio para se atingir um parto que aquela mulher quer, um parto feliz, vivencial”, explica. “A água é um elemento de ajuda para conseguir isso.”
Ele também aponta para a conveniência e segurança de que os partos sejam feitos em ambiente hospitalar. “Eu aconselho que seja feito em ambiente hospitalar. Tem mães que aguentam, mas a maioria tem um limite de dor que pode ficar muito difícil”, pondera. “Tem de continuar controlando batimentos cardíacos da criança. Deve haver suporte de medicação para a mãe e para o bebê; oxigênio para a mãe e para o bebê, se necessário; material de ventilação para a mãe e para o bebê.”
Além disso, não é recomendado que as parturientes entrem muito cedo na banheira. “Houve um caso, na Austrália, de uma parturiente que ficou 10 horas dentro da banheira. Quando essa entrada é muito precoce, pode na verdade bloquear o trabalho de parto. A gente contraindica isso”, diz.
Acima de tudo, parturientes com doenças como diabetes ou que sofram de hipertensão não devem fazer parto na água. Quando o bebê é muito grande ou muito pequeno, também não, porque o parto será mais complicado.