Últimos artigos
Consumo de gás natural no País cresce 55% em outubro 22/12/2010
União desvia R$ 43 bi de fundo de telecomunicação 22/12/2010
Senado aprova regulamentação da profissão de arquiteto e urbanista 22/12/2010
Cartão aluguel pode ser ampliado 22/12/2010
Em 2010, nº de celulares pode passar de 200 milhões 22/12/2010
Regras disciplinam mediação e conciliação 16/12/2010
Nova lei obriga noivos acima de 70 anos a ter separação de bens 16/12/2010
Quase metade da população brasileira tem veículo próprio 16/12/2010
Livros de papel e os clubes de leitura continuam em alta no Brasil 16/12/2010
Equipamentos eletrônicos sem utilidade serão recolhidos para reciclagem no Rio 16/12/2010
Empresas trocam ônibus convencionais, que devem aceitar o passe com passagem a R$ 4,40, por veículos de uma porta, ou rodoviários, para continuar cobrando a tarifa integral. Duas delas foram multadas ontem pelo Detro
POR MAHOMED SAIGG
Rio - Dois dias depois de entrar em operação, o Bilhete Único ainda não embarcou em todas as linhas de ônibus intermunicipais que operam na Região Metropolitana. Para escapar da redução de tarifas imposta pelo benefício — que custa R$ 4,40 —, várias empresas retiraram das ruas os veículos convencionais de duas portas.
Os coletivos estão sendo substituídos por ônibus rodoviários, que têm apenas uma porta e não aceitam o novo bilhete. Desta forma, os passageiros são obrigados a pagar a tarifa integral, sem o desconto. Além de aumentar o lucro dos empresários, a manobra ainda pode deixar muitos trabalhadores a pé.
Como recebem o valor exato de créditos para garantir o deslocamento até o trabalho, os usuários do RioCard vale-transporte que já foram habilitados no sistema Bilhete Único podem ficar sem saldo no fim do mês. Isso porque as empresas estão depositando os créditos com base na tarifa menor.
A farsa que vem tirando o sono de milhares de passageiros foi alvo de uma operação desencadeada ontem pelo Departamento Estadual de Transportes Rodoviários (Detro). Na Avenida Graça Aranha, no Centro do Rio, os fiscais aplicaram uma multa de R$ 2.050 à Auto Viação Fagundes.
A empresa, que deveria manter veículos convencionais circulando em intervalos de quatro minutos no horário de pico na linha 521 (Alcântara-Castelo), retirou todos os carros deste tipo das ruas. No trajeto, só restaram os ônibus rodoviários, que não aceitam gratuidades e cuja tarifa é R$ 6.
Em São Gonçalo, a Viação Rio Ita foi multada em R$ 3.126,95. Os coletivos da linha 565D (Venda das Pedras-Praça 15) que deveriam passar de 20 em 20 minutos nos pontos demoravam mais de 40 minutos. Só entre 14h e 16h foram emitidas cinco multas de R$ 625,39 cada uma.
Apesar dos problemas, o governador Sérgio Cabral disse que não fará mudanças antes de o sistema completar, pelo menos, dois meses de testes.
Ação de fiscais é festejada por passageiros
A ação dos fiscais do Detro no Centro do Rio foi acompanhada de perto por dezenas de passageiros, que festejaram a punição. “É isso mesmo! Só assim para esses empresários respeitarem os nossos direitos!”, destacou a passageira Simone Paredes. “Essas blitzes precisavam ser feitas todos os dias. Senão, vai continuar essa bagunça”, emendou o analista Gustavo Carvalho. Procuradas por O DIA, as empresas de ônibus Rio Ita e Auto Viação Fagundes não retornaram as ligações.