Falta material na volta às aulas

Dica para contornar o problema é pesquisar na Internet e negociar prazo em lojas. Exija desconto ao pagar à vista e só parcele sem juros

POR CLARISSA MELLO

Rio - Lojas cheias, preços altos e empurra-empurra. As aulas já começaram, mas a saga dos materiais escolares da criançada continua. A reclamação é sempre a mesma: é difícil conseguir comprar todos os livros na mesma loja. Em algumas, o preço é alto. Em outras, falta produto. Segundo Ricardo Marinatti, gerente da Casa Oliveira, no Centro, a maior dificuldade é para encontrar os chamados paradidáticos — livros de leitura, como os do autor Machado de Assis.

Para ajudar os pais (e não perder a venda), a loja dá um jeitinho. “Entro em contato com a editora. Se houver no estoque, faço a encomenda, o cliente paga e quando chega o título eu entro em contato”, explica Marinatti.

Mas não são todas as lojas que oferecem o serviço. Na Casa Cruz, por exemplo, quando falta um livro, o vendedor orienta o cliente a voltar dentro de determinado prazo, que pode ser de dois dias até uma semana. Foi o que aconteceu com Eliane Dantas, 48 anos, mãe de Ana Paula, 7. Segundo a paisagista, a pesquisa de preços começou no início de janeiro, mas somente ontem ela começou as compras.

“Pesquisei por telefone, na escola e na Internet. Pelo custo-benefício, valeu mais a pena vir até aqui comprar. Mas agora que faltou o de matemática, vou comprar pela Internet. O prazo de entrega é de dois dias”, afirmou Eliane.

DICA É EVITAR EMPRÉSTIMO

Cartão de crédito, cheque pré-datado, dinheiro ou empréstimo bancário. Essas são as principais alternativas para quem vai gastar com material escolar. Segundo o economista Gilberto Braga, não adianta inventar. A melhor forma de pagar é aquela que cabe no orçamento. O ideal é evitar ao máximo o empréstimo e tentar descontos em todos os casos. “Dependendo do desconto, vale a pena pagar à vista. Também é interessante o cheque pré-datado e o cartão de crédito, quando não há juros”, diz.

A dona de casa Rita Fernandes Duarte sabe que terá que negociar para conseguir comprar o material escolar dos quatro filhos: Caroline, 12, Beatriz, oito e os gêmeos Felipe e Gustavo, cinco anos. As contas já estão na ponta do lápis.

“Vou gastar por volta de R$ 2 mil com os quatro. Devo pagar uma parte à vista, para ter desconto, e a outra no crédito. Tento economizar ao máximo, reaproveitando o material do ano passado e pesquisando”, ensina a dona de casa. Outra dica é deixar os filhos em casa no dia das compras, acrescenta ela. “Eles sempre escolhem o mais caro”, conclui Rita.

DICAS PARA GASTAR MENOS

INTERNET
É uma forte aliada para quem procura bons preços. Entretanto, é preciso ficar atento aos prazos e ao valor do frete. Algumas lojas podem demorar até 10 dias úteis para entregar o material. Outras costumam não cobrar frete, dependendo dos valores dos produtos.

PESQUISE
Deve-se evitar andar muito, para não gastar com passagem ou combustível. Pesquisa por telefone ou Internet é mais prática. Mas fique atento: é mais fácil negociar descontos de acordo com a quantidade de itens desejada e do preço final da lista de material.

SEM FILHOS
Não leve as crianças para as compras. Além do programa ser entediante, elas sempre optam pelos produtos mais caros e “da moda”.

NEGOCIE
A maioria das lojas dá desconto à vista. Mas, dependendo do valor, é melhor parcelar. Vale ter atenção aos juros.