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Apesar da preocupação com a estética dos dentes, especialistas em oclusão alertam para a necessidade de tratamentos que solucionem principalmente problemas de disfunção
“Não existe ciência que prove que é preciso ter dentes alinhados. Uma boa oclusão é aquela que tem um engrenamento que permite a função mastigatória. Ninguém precisa ter os dentes bonitos. Isso ajuda muito, mas não é essencial”, diz o dentista Paulo Afonso Cunali, especialista em oclusão dentária e disfunção temporomandibular, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Como muitas vezes os pacientes não estão cientes disso, cabe ao profissional revelar a outra face da moeda, ou seja, a importância de se conjugar perfeitamente uma estética adequada com uma função perfeita. “Uma sem a outra torna o processo incompleto. Não adianta propor um tratamento visualizando apenas a estética e o paciente ficar com um sorriso maravilhoso mas, eventualmente, com instabilidades na mordida”, afirma o ortodontista Ricardo Moresca, presidente da Associação Paranaense de Ortodontia e Ortopedia Facial (Apro).
Muitas pessoas aparecem em hospitais e postos de saúde com dor de cabeça, no pescoço e ouvido, imaginando que serão encaminhadas para neurologistas, ortopedistas ou otorrinolaringologistas, quando os problemas que os afligem podem ser resolvidos pela odontologia. Estima-se que até 20% da população mundial precise de um tratamento mais complexo para melhorar a qualidade funcional dos dentes. Considerando uma região como a Grande Curitiba, por exemplo, isso corresponde a cerca de 400 mil pessoas. Na avaliação de Cunali, aproximadamente 20 mil (5% desse total), principalmente pessoas com idades entre 18 e 35 anos, precisam de atendimento urgente, porque estão com limitações importantes da função. “E com perspectivas de piora do problema, que atrapalha a vida da pessoa e faz com que perca dias de trabalho.”
Causas e sintomas
As causas para os problemas de disfunção são diversas. Um dos problemas que geralmente está associado é o estresse: pessoas sobrecarregadas, seja no trabalho ou na família, ou muito ansiosas. Fatores emocionais como esses podem levar ao bruxismo, por exemplo – ato de apertar e ranger os dentes, principalmente durante o sono –, e, consequentemente, a uma disfunção, como problemas na articulação temporomandibular (ATM). Segundo o especialista em ortodontia Marcelo do Amaral Ferreira, se for um bruxismo que está começando a gastar os dentes, é realizado um tratamento por meio de placas de acetato ou acrílico. Faz-se um molde da arcada da pessoa para utilização na hora de dormir. “É uma forma de quebrar o hábito. Com ela, ou a pessoa para de ranger, ou continuará, porém em cima da placa, sem desgastar os dentes”, diz Ferreira.
Em casos de bruxismo crônico, as placas precisam ser utilizadas pelo paciente por toda a vida, respeitando o tempo de vida de cerca de um ano. “Ela precisa ser trocada após esse período porque vai desgastando no lugar dos dentes. Mas muitos não precisam tratar bruxismo com placas. Por vezes é o tratamento psicológico que soluciona o problema”, afirma o dentista. Além de fatores emocionais, o bruxismo pode estar condicionado à falta de costume com restaurações ou implantes. “O paciente começa a ranger os dentes para desgastar, voluntariamente ou sem perceber. O ideal é retornar ao dentista para adaptar.”
Outros fatores importantes estão associados à disfunção, como trauma ou acidente, má oclusão (alterações dentárias), hiperatividade muscular, maus hábitos (roer unhas, chupar dedo, chupeta e bico de mamadeira por muito tempo) e doenças sistêmicas (artrite reumatoide). Uma pessoa pode desconfiar que algo está errado se começar a sentir frequentes sintomas específicos, como dores de cabeça; dor ou dificuldade de abrir a boca ao acordar; dor, ruídos e inchaço na ATM; dor ao mastigar; dificuldade para deglutir, limitação ou alteração dos movimentos da mandíbula (abertura e fechamento da boca); ou desgaste acentuado dos dentes.