Curitiba terá projeto de reciclagem de lixo tecnológico

Um acordo, assinado nesta quarta-feira (7), pelo Instituto Brasileiro de EcoTecnologia (Biet) e a prefeitura de Curitiba, prevê a reciclagem do lixo tecnológico na capital paranaense. O objetivo é reaproveitar celulares, peças de computadores e equipamentos eletrônicos, CDs, DVDs e lâmpadas fluorescentes. O material será desmanchado e reciclado em um barracão da Agência Curitiba de Desenvolvimento no bairro Sítio Cercado.

O instituto receberá o lixo eletrônico descartado pelas empresas que participam dos programas ISS Tecnológico e Curitiba Tecnoparque. O projeto compreende ainda uma parte educativa que envolve crianças das escolas da rede de ensino da região, que irão aprender robótica, a partir do reaproveitamento do material descartado. Serão emitidos certificados de correto destino de todo o material que for doado à entidade para reciclagem.

O engenheiro civil Maurício Beltrão Fraletti, criador do Biet, informou que já estão programadas parcerias com universidades públicas e privadas e com entidades como o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea-PR), segundo a assessoria de imprensa da prefeitura. O objetivo é desenvolver pesquisas para encontrar métodos alternativos de reciclagem desse tipo de material para extrair metais nobres, como ouro, prata e platina, presentes em CDs e DVDs, por exemplo, e que hoje apenas países desenvolvidos deteem tecnologia para extração.

O secretário municipal do Meio Ambiente, José Antônio Andreguetto, disse que mais uma vez Curitiba está saindo na frente. "Não existe ainda uma regulamentação sobre o que fazer com esses materiais e certamente a nossa experiência poderá contribuir para nortear esse processo", disse o secretário.

O mercado potencial para o sucesso futuro do novo projeto é bastante amplo. Estima-se que haverá 4,5 bilhões de aparelhos de telefone celular em funcionamento no mundo em 2010. Hoje o Brasil tem entre 163 e 165 milhões desses aparelhos, que têm vida útil média de três anos.