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A movimentação positiva nas vendas se justifica porque setembro é o último mês com desconto total do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis. A isenção começou em dezembro do ano passado e já foi prorrogada duas vezes, em abril e julho. Em função disso, os últimos meses de cada trimestre apresentaram resultados positivos em comparação a 2008. O retorno do imposto agora será gradual – carros de motor 1.0, hoje com alíquota zerada, passam a ser taxados em 1,5% em outubro, 3% em novembro, 5% em dezembro e novamente 7% em janeiro de 2010.
Quem sair de casa para tentar aproveitar os últimos dois dias com o máximo de redução dos preços terá dificuldade em encontrar alternativas de cor, acabamento e itens opcionais, especialmente nos modelos mais baratos. “Nosso estoque de carros 1.0 secou, vendemos mais de cem unidades no fim de semana”, diz o diretor da Volskwagen Corujão, Antônio Carlos Altheim. “Foi um fluxo excepcional de vendas, comparável apenas com o final de março e de junho. Sobraram os automóveis mais pesados, como os importados e as linhas mais completas do Golf. Quem quiser 1.0 precisa esperar duas semanas”, diz. O estoque das concessionárias Volkswagen foi afetado diretamente pela greve dos metalúrgicos na fábrica de São José dos Pinhais, que produz modelos Fox e Golf.
Na Ford Center, o gerente de marca Hamilton Millani relata que começou o mês com um estoque acima do necessário, mas o volume de vendas em todo o período deu conta da oferta. “Devemos fechar o mês pelo menos igual a junho, que já foi muito bom.” Sobre o fim do ano, ele diz que o retorno do IPI não vai afetar as vendas do próximo trimestre: aquecimento da economia somado ao 13º salário devem ser suficientes para fechar o ano com crescimento.
Também na Fiat Barigui as vendas foram boas. De acordo com o gerente José Angelo, o mês começou lento, mas melhorou a partir da segunda quinzena. “Estamos acreditando muito no mercado para o fim do ano com crescimento ainda maior do que o terceiro trimestre. Em 2008, novembro sofreu queda brusca em função da crise de crédito, o que não deve ocorrer este ano. Estamos alinhados com a expectativa nacional de incremento entre 6% e 8%”, diz.
Motocicletas
Também acaba amanhã o período de isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) concedido para motocicletas de até 150 cilindradas. A indústria está tentando prorrogar o prazo de isenção, visto que o setor ainda está com desempenho bastante inferior ao ano passado: os números de agosto apontam produção de 202.574 unidades e venda de 179.002, refletindo queda respectiva de 23% e 21% na comparação com o mesmo período de 2008. A Cofins costuma representar 3% do preço da motocicleta, e a sua isenção representa aproximadamente R$ 210 em um modelo básico de R$ 7 mil – o equivalente a uma prestação do financiamento.
Faltam carros em revendas
Uma das consequências de vendas em alta nesta semana é que, dependendo do modelo escolhido, o consumidor corre o risco de não encontrá-lo para pronta entrega e a espera pode chegar a três meses. Se isso acontecer, o comprador perde os descontos do IPI.
Na rede de concessionárias da Fiat o maior problema é com o modelo Strada cabine dupla, lançado recentemente pela montadora. A espera, segundo Marques, é de até 90 dias. Ou seja, quem comprar agora tem de cruzar os dedos para começar 2010 com um carro novo na garagem. Nesses casos, explica o gerente, o cliente dá um sinal de 10% do valor do veículo e o restante quando receber a chave. Mas quem comprar o modelo da Fiat provavelmente não verá a cor do desconto do IPI.
Nas lojas da Peugeot o fim de semana também foi de vendas acima da média, segundo o gerente nacional, Stephane Majka. Em todo o país a montadora francesa fechou 1.950 contratos nas 140 concessionárias. “Foi o dobro de um fim de semana normal e o melhor fim de semana do ano”, afirma Majka. Nas concessionárias da Peugeot a espera por um modelo pode chegar a um mês. É o caso do 206, modelo básico. Para não perder a venda, a estratégia das lojas é oferecer os modelos mais com mais potência e mais acessórios.
Presidente da associação que representa as concessionárias da Chevrolet, Armando Boscardin diz que a rede, que conta com 565 pontos de venda no país, vendeu no fim de semana 8,5 mil unidades. Assim como tem ocorrido com outras montadoras, os clientes da Chevrolet também correm o risco de perder a isenção de IPI por causa da falta de carros em estoque. O Classic, um dos modelos mais econômicos, pode levar até 15 dias para ser entregue ao comprador.