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Marília Juste
Laboratórios públicos de seis estados estão produzindo o principal remédio contra a nova gripe em forma líquida, para ser usada, preferencialmente, por crianças, adultos com menos de 40 quilos e pessoas que não conseguem engolir cápsulas (por exemplo, pacientes hospitalizados que usam sonda no nariz). A medida foi tomada para agilizar o tratamento dessas pessoas em condições especiais.
O fosfato de oseltamivir (chamado comercialmente de Tamiflu, medicamento para tratamento da nova gripe), propriedade do laboratório Roche e oferecido em cápsulas.
Em situações de pandemia, a farmacêutica oferece também o medicamento em pó, para ser diluído – por laboratórios ou em casa. Até agora, os brasileiros recebiam apenas as cápsulas e o pó para diluir em casa.
Nos últimos três meses, segundo dados do Ministério da Saúde, foram distribuídos 10.179 frascos do pó para tratamento de crianças no país. No momento, o ministério tem um estoque pronto para uso de outros 3.371 frascos.
Agora, a responsabilidade pela diluição passou para os estados, que receberam a matéria-prima do remédio, orientações de produção da Roche e um guia simplificado do Ministério da Saúde.
O medicamento deve chegar ao paciente já na forma líquida, para que o tratamento seja mais rápido e se evitem eventuais erros de dosagem. As doses podem ser encontradas nos postos de distribuição do remédio, por pacientes com receita médica.
Em crianças acima de 8 anos e pessoas com mais de 40 quilos, o tratamento para a nova gripe consiste de duas doses de 75 mg ao dia, de acordo com o Ministério da Saúde. Em crianças menores e adultos com menos de 40 quilos, a dose varia entre duas de 30 mg e duas de 60 mg ao dia.
É por isso que uma solução do medicamento é tão importante. Além de facilitar o consumo do remédio por crianças pequenas, a forma líquida permite que o médico adapte a dose de acordo com a idade e o peso da criança.
O Paraná recebeu princípio ativo suficiente para fazer o maior número de tratamentos: 28.110. Em seguida, São Paulo, que tem o maior número de mortes pela gripe do país, produzirá 21.280 tratamentos. Depois, Rio Grande do Sul (21.180), Santa Catarina (14.190), Rio de Janeiro (14.060) e Minas Gerais (14.050). Cada “tratamento” consiste de um frasco de 50 ml – suficiente para duas doses diárias de cinco ml por cinco dias.
Para Sônia Cipriano, diretora da divisão de farmácia do Hospital das Clínicas de São Paulo (responsável pela produção e distribuição da forma infantil da medicação no estado), a solução é importante porque chega “mais rápido” e de forma “mais segura” ao paciente.
“Quando a mãe vai diluir o pó em casa, mesmo seguindo as instruções, podem ocorrer erros. Quando você já dá a solução pronta é melhor”, afirma.
A diretora da Central de Medicamentos do Paraná, Deise Pontarolli, faz a mesma avaliação. “A solução permite o ajuste da dose de acordo com cada paciente. Isso deixa o tratamento mais efetivo e é especialmente importante no caso de crianças”, diz ela.
O único problema da forma diluída da medicação é a validade. Mantida em temperatura ambiente (máxima de 25°C), dura três semanas. Refrigerada a 5°C, dura seis semanas. A versão em pó dura de seis meses a um ano.
Minas
Por esse motivo, a Fundação Ezequiel Dias, responsável pela produção e distribuição do remédio em Minas Gerais, optou por não seguir a orientação do Ministério da Saúde de oferecer o medicamento na forma líquida. O remédio é produzido no estado, mas distribuído apenas na forma de pó para diluição caseira. Segundo o presidente da fundação, Carlos Alberto Pereira Gomes, a decisão foi tomada para permitir uma “melhor distribuição no estado”.
“Minas Gerais é muito grande, temos cidades muito distantes e demora para levar o remédio até algumas delas. A validade da solução é curta. Preferimos produzir o pó porque acreditamos que é uma alternativa mais segura para a população. Não corre o risco do remédio chegar vencido”, explica.
Apesar da forma diferente, os frascos do remédio em Minas são suficientes para fazer os mesmos 50 ml do medicamento oferecido já diluído.
O Ministério da Saúde informa que crianças pequenas devem ser tratadas apenas com o remédio líquido. Se algum paciente que não consegue engolir recebeu cápsulas para o tratamento, a pessoa deve entrar em contato com as autoridades locais de saúde.