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Contra
O infectologista Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), discorda do adiamento das aulas.
“Não precisa parar as aulas. O que precisa é uma atitude didática de ensinar os jovens os bons modos de antigamente: não tossir na cara das pessoas, não espirrar na cara das pessoas, usar lenços, não ficar beijando e abraçando todo mundo, lavar as mãos frequentemente. Isso já evita a contaminação pelo vírus”, afirma.
Segundo Olzon, o retorno após o dia 17 não significa que os alunos estarão mais seguros. “Do jeito que está, você acha que teremos mais ou menos casos daqui duas semanas? Mais, provavelmente. Vamos fazer o quê? Ficar adiando? Desse jeito, os alunos só voltam pra escola quando a epidemia acabar”, afirma.
Nancy Bellei, especialista em gripe da Unifesp, concorda com o colega. "Não adianta suspender aula e as crianças continuam normalmente em shoppings e usando transporte público", avalia.
Outro problema do adiamento, na avaliação da especialista, é que o poder público perde um instrumento excelente para rastrear a doença. "Os dados de absenteísmo escolar são excelentes indicadores de circulação do vírus", afirma. "Como fica todo mundo sem aula, nós perdemos a chance de obter esse dado."
A favor
David Uip, infectologista do hospital Emílio Ribas, participou da decisão de prolongar as férias em São Paulo e votou a favor do adiamento das aulas.
“É uma medida que evita que o vírus se espalhe. A criança transmite por até 14 dias, o adulto por sete”, afirma. Uip apresenta ainda outro motivo: as férias. “Durante as férias muita gente viajou. Esse tempo permite que você descubra e trate os casos de quem pegou o vírus no período”, explica.
Caio Rosenthal, infectologista do Hospital Emílio Ribas, também considera correta a decisão dos cinco estados que suspenderam as aulas. "Com as condições climáticas melhorando, as chances de transmissão do vírus H1N1 caem."
Para ele, porém, adiar até o dia 10 seria suficiente, não precisaria prolongar até dia 17 como ocorreu em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
Pais também divididos
Assim como os especialistas, os pais também estão divididos sobre a medida.
A recepcionista Solemar Justino dos Santos, de São Paulo, tem dois filhos na rede estadual de São Paulo, um com 10 e outro com 11 anos. Ela concorda com a medida.
"Se eles estão correndo risco, o melhor é adiar as férias mesmo. Só espero que eles façam a reposição das aulas para não prejudicar."
O operador de fotocópias Daniel Machado Rosa, também de São Paulo, tem um filho de 5 anos em uma creche. Para ele, não adianta ficar em casa como medida para conter a transmissão.
"Ele tem uma amiguinha que fica em casa e pegou. No meu caso, não voltar as aulas prejudicou muito porque não tenho com quem deixar. Vou ter que ficar dormindo o tempo todo na casa da minha mãe para ela cuidar dele. Muda toda a rotina. Como a gente faz? Faltar no serviço não pode."
Outros estados
Em Santa Catarina, outro estado que registrou casos de nova gripe, o governo do estado decidiu não prolongar as férias.
“São 66 casos em um universo de 6 milhões de habitantes. Não existe um surto de fato. Mas, pedimos para que os pais não mandem seus filhos gripados para a escola, e, se existir problema em um determidado colégio, vamos agir naquele foco. Parar todas as escolas é uma precaução desnecessária”, afirmou o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) na segunda-feira (3), de acordo com a assessoria de imprensa.
O Distrito Federal adiou por uma semana a volta das férias e as aulas foram retomadas na segunda (3). Mato Grosso e Goiás informaram que estão monitorando os casos suspeitos, mas informaram que não verificaram necessidade de prolongar as férias.