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POR MICHEL ALECRIM
Rio - A queda na Selic (taxa básica da economia) está chegando ao bolso do consumidor, embora os juros ainda sejam muito altos. Segundo levantamento do Banco Central, em junho, os juros no crédito pessoal atingiram o menor nível desde 1994, início da pesquisa. Os financiamentos de automóveis também são os mais baratos da história. No entanto, quem ainda depende do limite do cheque especial está pagando muito caro: 167% ao ano.
De acordo com o BC, a taxa média dos empréstimos para pessoas físicas ficou, no mês passado, em 45,6% ao ano. A retração foi de 1,7 ponto percentual no mês e de 14,8 se comparada com a taxa de dezembro de 2008. Nessa categoria, estão incluídos os consignados.
O destaque foi a taxa aplicada nos financiamentos de veículos, que chegou a 26,9%. O número é 9,6 pontos percentuais menor do que o praticado no fim do ano passado.
A queda reflete as reduções na Taxa Selic, que começou a cair em janeiro, quando estava em 13,75% ao ano. Este mês, nova queda, para 8,75% — o menor nível da história. Os bancos também reduziram o spread (diferença entre a taxa de captação e a cobrada no mercado), que está, em média, em 27,2% e caiu mais para pessoas físicas (-1,7 ponto percentual ao mês).
Para Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a redução do spread se deve à maior competição entre as instituições financeiras, principalmente por causa da ação do governo que forçou queda nas taxas dos bancos estatais. “Essa é uma situação nova. A expectativa é que, daqui para frente, essa redução continue”, prevê.
Apesar da redução, a taxa do cheque especial (167% ao ano) está 7,9 pontos percentuais acima do que há um ano. O empresário Jamilton dos Anjos, 38 anos, afirma que nunca recorre ao especial para fugir dos juros, que, segundo ele, continuam muito altos.
Recorde também na inadimplência
Apesar da queda nas taxas de juros, a inadimplência atingiu nível recorde no País em junho. Segundo o Banco Central, os atrasos nos pagamentos que ultrapassam os 90 dias subiram de 5,5% para 5,7%. A taxa mais alta havia sido registrada em junho de 2000, quando chegou a 5,6%.
Desde outubro de 2008, pico da crise global, a taxa subiu ininterruptamente. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, culpou o quadro internacional. “Com a crise, o crédito cessou e as empresas passaram alguma dificuldade do ponto de vista de rolagem de suas linhas de crédito. Isso acabou gerando inadimplência”, disse.
A taxa de inadimplência das pessoas físicas permaneceu estável em 8,6%, em junho. Já a das empresas ficou em 3,4%, contra os 3,2% de maio