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Em junho, a diferença entre depósitos e resgates na caderneta foi positiva em R$ 2 bilhões
A captação de recursos pela caderneta de poupança - dada pela diferença entre o volume depositado e o retirado no mês - fechou junho com saldo positivo superior a R$ 2 bilhões, informa o Banco Central.
No primeiro semestre, porém, a captação líquida apresentou queda de 35% em relação ao mesmo período de 2008. De janeiro a junho deste ano o saldo acumulado foi de R$ 1,7 bilhão ante R$ 2,6 bilhões verificados em igual período de 2008.
André Chagas, professor de Economia da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), afirma que um dos motivos da retomada é que os sinais de recuperação econômica criam melhores condições para que as pessoas poupem parte de seus recursos.
Chagas lembra, ainda, que com a queda da Selic para os atuais 9,25% ao ano, a caderneta de poupança tornou-se um investimento mais atrativo que os fundos de renda fixa. Ele observa que enquanto a poupança não é tributada, e permanecerá assim até pelo menos o fim do ano, os fundos têm parte de seus rendimentos tributados pelo Imposto de Renda, além da taxa de administração, valor cobrado pela gestão dos recursos, que pode chegar a 4% ao ano, conforme a instituição.
O professor da Fecap acredita que se o saldo da poupança continuar em elevação, o governo pode flexibilizar o uso dos recursos, permitindo que os bancos usem uma parte maior do dinheiro aplicado em operações distintas do financiamento imobiliário. “Não haveria projetos habitacionais para tanto recurso”, avalia.
Atualmente, há a obrigação legal de as instituições financeiras utilizarem 65% dos recursos da poupança para o financiamento imobiliário. Caso não haja forma de fazê-lo, a diferença é recolhida ao Banco Central (BC) e fica indisponível pelo prazo de 30 dias com remuneração apenas pela Taxa Referencial (TR).
Rafael Pasquareli, professor de Finanças da Fundação Instituto de Administração (Fia), também acredita numa possível flexibilização do destino dos recursos. Ele observa, no entanto, que embora possa haver um aumento da oferta de dinheiro para o setor habitacional, a queda de juros será mais difícil porque os bancos contarão com outras possibilidades de investimento do dinheiro.
Emergências
Keyler Carvalho Rocha, professor de Finanças da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), acredita que a elevação dos saldos de captação da poupança ocorrem porque não há tributação, ao contrário do que se passa com os fundos de renda fixa. Além disso, diz Rocha, muitas pessoas ainda estão preocupadas com a crise e seus efeitos futuros e por isso decidiram guardar parte de seus recursos para emergências.
Na avaliação de Rocha, a queda de 35% no saldo de captações na comparação do acumulado do primeiro semestre de 2009 ante os primeiros seis meses de 2008 pode ser explicada pela crise econômica. “Quem perdeu o emprego teve de recorrer às reservas guardadas a fim de bancar as despesas”, diz.
Ele acrescenta que os consumidores que tiveram seus salários reduzidos por conta de acordos no início do ano perderam, igualmente, a capacidade de poupar, o que tem reflexo direto no saldo líquido das cadernetas.