SÃO PAULO - O óleo diesel comercializado no país terá de ter 4% de biodiesel a partir desta quarta-feira (1º). Com isso, a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) espera que sejam economizados R$ 900 milhões por ano com as importações de diesel.
Durante o anúncio, Lobão havia afirmado que a medida geraria emprego e reduziria a poluição, já que cada litro da nova mistura diminui em 3% a emissão de dióxido de carbono, o que representa 1,2 milhão de toneladas a menos do gás poluente na atmosfera por ano, de acordo com a Agência Brasil.
De acordo com o ministro, a partir de janeiro do próximo ano, 5% do óleo diesel será biodiesel.
Aumento de 33% no consumo
Com o aumento da adição, a produção de biodiesel também aumenta. Somente no ano passado, a produção de combustível alcançou 1,16 bilhão de litros. No primeiro semestre deste ano, o consumo atingiu 615 milhões de litros e estima-se que, no segundo semestre, esse volume passe para 925 milhões de litros.
Caso a mistura permanecesse no percentual anterior (B3), o volume anual previsto seria de 1,29 bilhão de litros. Com a nova mistura (B4), esse consumo anual passará a ser de 1,72 bilhão de litros, um aumento de 33% .
Para a ANP, a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira "é reconhecida internacionalmente como um caso de sucesso em matéria de uso de combustível renovável em larga escala", segundo a Agência Brasil.
Preço do óleo cai, mas biodiesel segura queda
No último dia 8, a Petrobras anunciou a redução de 15% do preço do diesel nas refinarias, livre da incidência de impostos. Porém, em seguida, o Ministério da Fazenda declarou aumento da alíquota da Cide (Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico) de R$ 0,03/litro para R$ 0,07/litro.
Esse aumento conteve a queda do preço do combustível ao consumidor final, que passou a ser estimada em 9,6%.
Porém, com o aumento da mistura, essa expectativa não deve se confirmar, já que o biodiesel custa cerca de 30% mais do que o diesel mineral, o que impacta no preço ao consumidor.