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Conservar o meio ambiente se transformou em uma espécie de lema, difundido por toda a sociedade. Para desenvolver esse tipo de comportamento desde cedo, as crianças são incentivadas a conhecer o mundo em que vivem cada vez mais cedo. Por isso, as escolas passaram a investir em chácaras, minifazendas e outros espaços verdes, além da típica educação ambiental das salas de aula. O convívio com a natureza produz conhecimentos novos e desperta sensações desconhecidas por crianças cada vez mais urbanas.
Para a pedagoga e coordenadora pedagógica da Chácara do Mato Preto, Silmara Crozeta, esse conhecimento é fundamental para a participação dos pequenos na preservação. “Não adianta fazer campanha para preservar a água se a criança não sabe qual a importância dela”, diz.
Carlos Henrique e Diogo, estudantes do 2º ano do ensino fundamental, são afiados ao tratar da importância da minifazenda no aprendizado. “Tem galinha e um monte de bicho solto. A gente tem espaço para conhecer e brincar com eles”, diz Carlos Henrique. “A gente aprende como se pode brincar e deixa de ter medo”, acrescenta. Diogo conta que vê ao vivo os bichos mostrados em sala de aula. “Eu posso ver muitos animais. A professora fala sobre eles e a gente consegue ver como é na verdade”, relata.
Estímulo
As cidades cresceram verticalmente, criando lares cada vez menos espaçosos. A falta de segurança pública também impede que os pais permitam que seus filhos passem os dias subindo em árvores ou simplesmente correndo pelas ruas. Essa mudança de hábitos implica na falta de estímulo de movimentos em muitas crianças. As chácaras e fazendas também podem suprir essa dificuldade.
Essa nova configuração da sociedade interfere no despertar das faculdades dos pequenos. “Hoje, há acordar rápido e grande das capacidades mentais e baixo desenvolvimento da agilidade corporal”, esclarece Silmara. Maria Anita relata que algumas crianças chegam ao colégio aos 4 anos ainda com dificuldades para correr ou se locomover. “A criança que tem espaço para brincar desenvolve a orientação espacial. Quem fica preso em casa tem dificuldades para conseguir orientar esse estímulo”, explica.
Uma das implicações dessa limitação está no desenvolvimento do raciocínio lógico, o que pode ocasionar dificuldade de aprendizado. E esse conhecimento se relaciona diretamente com a experimentação. Crianças pequenas, por exemplo, pensam que cabem em pequenas caixas e somente descobrem que estão erradas quando tentam fazê-lo. “A matemática antecede a alfabetização, criando a noção de distância e de tamanho”, ensina Maria Anita.
E a natureza é uma das melhoras criadoras dos desafios que necessitam de lógica. Ao subir em uma árvore, há uma infinidade de possibilidades. É preciso pensar onde se pode apoiar os pés e as mãos sem perder o equilíbrio corporal. O mesmo raciocínio, contudo, não se aplica aos brinquedos comuns nas áreas de recreação dos condomínios ou restaurantes. “Os brinquedos de plástico desenvolvem sempre a mesma habilidade. Para a criança, não existe desafio. E as ligações neurológicas se formam com a superação de dificuldades”, diz Maria Anita.
Estresse
A vida em espaços menores e as rotinas recheadas de atividades costumam estressar as crianças. “A relação com o ambiente está intimamente ligada à formação da identidade. O contato com a natureza amplia os níveis de relações, constituindo novos processos de organização das emoções”, diz Silmara.