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Geadas, diminuição na produção e oportunismo elevam custo da alimentação na região de Curitiba. Hortaliças chegam a ficar 100% mais caras.
O frio e as geadas registrados nos últimos dias fizeram disparar o custo da alimentação na região de Curitiba. A produção de hortaliças é uma das mais atingidas pelo clima no curto prazo, e os preços desses produtos no atacado chegaram a subir mais de 100% em apenas uma semana.
O aumento tem explicações distintas. De forma geral, ele reflete a escassez dos produtos no mercado. Mas produtores também aproveitam o momento para elevar os preços, segundo o gerente da divisão técnica da Ceasa de Curitiba, Valério Borba. “É normal [o oportunismo] nessas movimentações de preço. Muita gente se aproveita do momento e joga seu preço lá em cima”, diz. O preço da dúzia da couve-flor, por exemplo, passou de R$ 15 para R$ 30 no intervalo de uma semana. Já a caixa do chuchu pulou de R$ 12 para R$ 25, segundo levantamento da Ceasa.
Ainda que a produção tenha sido prejudicada pelo clima, Borba explica que o aumento dos preços não é reflexo de quebra de safra, mas sim de diminuição programada do cultivo. “A redução da oferta no segmento de verduras e hortaliças se dá porque, quando o frio se aproxima, os produtores diminuem a área de plantio. Isso é uma prática recorrente. Hoje se pode dizer que as perdas nesse segmento são todas pontuais; a maior parte das folhas verdes é produzida em estufa, protegida do frio e das geadas”, diz.
Como consequência, os atacadistas de Curitiba estão trazendo hortaliças de outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, com preços finais mais caros.
Restaurantes
O setor de restaurantes é um dos mais afetados pela alta dos preços no atacado. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Paraná (Abrasel-PR), Marcelo Pereira, os hortifrutis podem compor até 30% das despesas de um restaurante com alimentos. “É claro que isso vai variar de acordo com a natureza do estabelecimento, mas um restaurante que possua, por exemplo, 30 variedades de salada e sobremesas pode ter essa composição de frutas e verduras no custo”, diz.
Ele afirma, no entanto, que os restaurantes estão absorvendo as altas. A curitibana Andreia Rodrigues concorda. Ela diz que está aproveitando o cardápio de inverno, mas que não percebeu mudanças nos preços dos restaurantes.
Para evitar os repasses aos clientes, uma saída para o empresariado é buscar compensar o cardápio com produtos similares ou alternativos. Na falta de folhas verdes, o uso de produtos da estação – como uma salada de pinhão – virou uma boa alternativa, segundo Kátia Sato, do restaurante Central Gourmet. “Para manter o lucro, a solução é substituir algumas verduras por legumes.”
O discurso é endossado pelos feirantes. Laurentino Marques, do Sacolão Tropical, disse que o alface é o produto que mais sofre com o frio, e consequentemente o que mais perde qualidade. “O que compensa é o aumento do consumo de aipim e batata.”
Já para outros estabelecimentos, o frio traz melhora nas vendas, como é o caso das cafeterias. Marion Seefeldt, gerente do Café Avenida, no Centro, afirmou que o inverno estimula o consumo de pão de queijo e de cafés, e que nessa época vê seu público aumentar com a queda nas temperaturas.