SÃO PAULO - Na última quarta-feira (3), a Câmara Municipal aprovou a Política Municipal sobre Mudança no Clima, do prefeito Gilberto Kassab (DEM), que estabelece medidas com o objetivo de reduzir em 30% as emissões de poluentes da cidade. Segundo consta no texto aprovado, a prefeitura poderá determinar rodízios emergenciais, caso a poluição do ar alcance níveis críticos.
Outra medida prevista na política é o incentivo e a criação de faixas solidárias. Segundo o projeto, a ideia é implantar faixas exclusivas para veículos de até dois passageiros nas rodovias e vias principais expressas. A política também visa a elaborar medidas para estabelecer programas que incentivem as pessoas a darem carona.
A proposta também pretende restringir gradativamente o acesso de veículos de transporte individual ao centro da cidade, reforçando, para tanto, o investimento em transporte público coletivo. Incentivar o uso de bicicletas por meio de faixas exclusivas para o transporte também é uma das medidas previstas no texto aprovado.
Pontos da discórdia
O projeto inicial previa a regulamentação da circulação, parada e estacionamento dos ônibus fretados. Tal ponto causou embates entre a prefeitura e representantes de empresas do setor. Por conta disso, os vereadores resolveram excluir o tema da proposta e elaborar um texto específico. A nova proposta ficará pronta em 60 dias, de acordo com a Câmara.
Para o diretor executivo do Transfretur (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento para Turismo da Região Metropolitana de São Paulo), Jorge Miguel dos Santos, se a prefeitura restringisse a circulação dos fretados, isso estimularia as pessoas a usarem carros particulares. "Se no PL está previsto a criação de bolsões para diminuir o raio de circulação dos fretados como uma tentativa de diminuir a emissão de poluentes, a ideia é contraditória".
A primeira versão do texto também trazia outra medida polêmica: a possibilidade de implantar pedágios urbanos. A ideia era desestimular os proprietários de veículos a circularem em pontos de grande circulação da cidade. Devido às controvérsias provocadas pela medida, o prefeito retirou este ponto da proposta.