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Carolina Dall'olio
O crédito destinado às empresas - principalmente às de pequeno porte - está mais caro e escasso. Dados do Banco Central mostram que, em abril, as taxas cobradas nos financiamentos voltados à pessoa jurídica foram ainda maiores que as praticadas em março, enquanto o volume de dinheiro emprestado diminuiu (veja quadro). Mas especialistas afirmam que, com organização, é possível conseguir acesso a um dinheiro mais barato.
Os empresários sabem que a situação, no auge da crise, já foi pior. O Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN), que em uma escala de zero a 100 estava em 57,2 em março, subiu para 64,3 em junho, indicando mais otimismo em relação ao futuro. Porém, as informações divulgadas pelo BC atestam que, por enquanto, a vida do empresário que precisa de um empréstimo ainda continua difícil.
Abril foi o mês em que o mercado de crédito brasileiro, em plena crise, quebrou dois recordes: o volume de empréstimos atingiu a maior marca da história (R$ 1,2 trilhão) e a taxa básica de juros (Selic) desceu ao seu menor patamar (10,25% ao ano). Mas, mesmo assim, o dinheiro não chegou às empresas: foi destinado majoritariamente às pessoas físicas, em modalidades de financiamento que ofereciam mais garantias e, portanto, menos riscos de inadimplência - como o crédito consignado, por exemplo.
“Ainda pairam muitas incertezas sobre os bancos na hora de emprestar para as empresas, em especial para as pequenas”, justifica Rubens Sardemberg, economista da Federação Brasileira de Bancos. “A inadimplência da pessoa jurídica ainda é alta e pode subir um pouco mais.”
Hoje, estima-se que apenas um quarto do total de empréstimos concedidos à pessoa jurídica seja destinado às pequenas empresas - ainda que elas representem 90% dos negócios existentes no País. Para tentar reverter esse quadro, o governo já anunciou a criação de um “fundo de aval”, em que o dinheiro do Estado funciona como garantia da pequena empresa em caso de inadimplência. A medida tem como objetivo facilitar a tomada do empréstimo. Mas ainda não saiu do papel.
Enquanto isso, a saída para os pequenos empresários é trabalhar para oferecer ao banco o maior número de garantias possível. Quem fornece para grandes empresas pode pedir que elas digam ao banco que são suas clientes, recomenda Milton Bogus, diretor do departamento da pequena indústria da Fiesp. “Uma grande empresa dizer ao banco que deve para a pequena e vai pagar funciona como garantia.”
Carlos Alberto dos Santos, diretor de finanças do Sebrae, recomenda que as pequenas empresas de um mesmo setor se unam para pleitear, juntas, o dinheiro. “Reunidas, elas conseguem escala e ganham poder de barganha.” Ele também reforça a necessidade de a empresa organizar suas finanças e mostrar, na ponta do lápis, que o pagamento do empréstimo será viável. “Banco não vai ser UTI de empresa quebrada.”
O QUE OS PEQUENOS PODEM FAZER
Antes de pleitear um empréstimo, organize suas finanças e reúna informações que possam garantir ao banco sua capacidade de pagar a dívida
Além das informações contábeis da empresa, leve outros dados que comprovem que a empresa tem dinheiro a receber
Sempre que possível, tome empréstimo em linhas de longo prazo, em que os juros são menores, e financie o capital de giro com recursos próprios