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por Donaldson Gomes
O endividamento cresce concomitantemente ao expressivo aumento no uso da forma de pagamento, que cresce a uma taxa média de 17% ao ano desde 2004 e é responsável, junto com os cartões de débito, por 53,8% dos pagamentos no varejo. Reflexo de uma mudança de comportamento no consumidor brasileiro que está trocando os cheques pelo plástico na hora de fazer os financiamentos.
Ano após ano, os velhos talões vêm cedendo o posto de vilão dos endividados para os cartões. O estabelecimento que recebe pagamentos via cartões não se dá ao trabalho de verificar a situação cadastral do cliente. Se tem limite, a conta é aprovada, independentemente de possíveis restrições. E quem concede os tais limites, lembram especialistas, não tem o hábito de revisá-los periodicamente. Não é ciência exata, mas o resultado é previsível: tem muita gente com limites superiores à própria capacidade de pagamento, sujeitando-se a engrossar os números dos endividados.
Márcia Teixeira descobriu o lado ruim do crédito em outubro, quando perdeu o emprego e se viu sem condições de dar conta de todas as despesas da família. “Eu e meu marido tivemos de fazer opções. Ele se responsabilizou por parte das despesas, eu fiquei com o que faltava da escola de minha filha, e o cartão ficou em segundo plano”, lembra.
Foi aí que ela entrou na ciranda que é responsável pela maior parte dos lucros das operadoras dos cartões de crédito. De acordo com o BC, 60,26% das receitas das empresas responsáveis pela operação desta forma de pagamento são provenientes das chamadas receitas financeiras. Nas palavras do banco no Relatório sobre a Indústria de Cartões de Pagamento: “Receitas originadas pelo crédito rotativo, bem como aquelas geradas por ganhos financeiros decorrentes de inadimplência (multas, juros, etc.)”.
De outubro até janeiro, Márcia ajudou a engordar as receitas da operadora, pagando o mínimo e vendo a dívida de R$ 600 permanecer inalterada. “Chegou um momento em que vi que não teria como pagar”, conta. A opção para ela? Negociar. A resposta que ouviu? “Quando vi o acordo oferecido, percebi que iria pagar juros sobre juros e minha dívida ainda iria aumentar em 50%”. Márcia ouviu os conselhos do irmão advogado, de parar de pagar o mínimo e tentar via Justiça pagar um valor justo.
De lá para cá, a dívida aumentou. “Estão me cobrando R$ 2 mil. Infelizmente, quando assinamos o contrato existem cláusulas que não consideramos, mas que nos colocam em situação difícil”, diz surpresa. Recentemente conseguiu se recolocar no mercado de trabalho e já tem condições de quitar a dívida, entretanto pondera: “Não vou pagar o que não devo”.
Multiplicação – Entre os anos de 2003 e 2008, o número de cartões de crédito em circulação no País mais do que triplicou, passando de 44 milhões para 132 milhões. Um dos efeitos do aumento vertiginoso é o descontrole. Que o diga a funcionária pública Ângela Maria Rebouças. Ela tem dois cartões em negociações judiciais, mais dois de uma operadora, três de outra. “Fora os cartões de lojas”, completa. O resultado tem sido um exercício de malabarismo para pagar as contas todos os meses. “Tento pagar o máximo possível”.
Dicas para não se endividar
1 - Faturas
Acompanhe todas as despesas previstas para o seu cartão para evitar surpresas. A maioria das operadoras de cartão permite ao cliente acompanhar os gastos por meio da internet e por telefone.
2 - Rotativo
Pague sempre o valor total da fatura para não entrar nos juros médios de 10% ao mês do crédito rotativo.
3 - Quantidade
Tenha à mão o mínimo de cartões possível. O recomendável é que haja apenas um por família para evitar complicações para dar conta de um grande número de faturas.
4 - Privativos
Evite acumular um grande número de cartões privativos de estabelecimentos comerciais. Lembre-se de que a maioria destes estabelecimentos aceita as bandeiras de cartões mais comuns.
5 - Vencimento
Pague o cartão no vencimento, porque os juros pelo atraso são altos.
6 - Dívidas
No caso da existência de dívidas com o cartão, vale a pena abrir mão de um bem para quitar. Outra opção é tomar um empréstimo consignado, com juros mais baixos, para pagar