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“Menino, desliga a televisão e vá ler alguma coisa!” Em muitas casas esta cena é recorrente. Pois saiba que ela poderia ser evitada se os próprios pais dessem o exemplo e começassem a ler na frente de seus filhos, para mostrar a eles o quão interessante é o mundo das letras. “Ao ver os pais debruçados sobre os livros, a criança fica com a curiosidade aguçada. O exemplo dos familiares que convivem com ela é fundamental para que queira se tornar uma leitora”, diz a doutora em Literatura Juvenil e professora do curso de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Cátia Toledo Mendonça.
E a participação dos pais começa muito antes de a criança conhecer os significados que as letras tomam quando agrupadas em palavras e frases. Já no útero materno, os bebês são estimulados pelo som da voz da mãe, com o movimento dela em relação ao feto na sua barriga. “Isso ajuda a acalmar a criança e a acostumá-la com a voz humana e com o ritmo da fala”, conta a doutora em Literatura e professora do curso de pós-graduação em Literatura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Marta Morais da Costa.
“Menino, desliga a televisão e vá ler alguma coisa!” Em muitas casas esta cena é recorrente. Pois saiba que ela poderia ser evitada se os próprios pais dessem o exemplo e começassem a ler na frente de seus filhos, para mostrar a eles o quão interessante é o mundo das letras. “Ao ver os pais debruçados sobre os livros, a criança fica com a curiosidade aguçada. O exemplo dos familiares que convivem com ela é fundamental para que queira se tornar uma leitora”, diz a doutora em Literatura Juvenil e professora do curso de Letras da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Cátia Toledo Mendonça.
E a participação dos pais começa muito antes de a criança conhecer os significados que as letras tomam quando agrupadas em palavras e frases. Já no útero materno, os bebês são estimulados pelo som da voz da mãe, com o movimento dela em relação ao feto na sua barriga. “Isso ajuda a acalmar a criança e a acostumá-la com a voz humana e com o ritmo da fala”, conta a doutora em Literatura e professora do curso de pós-graduação em Literatura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Marta Morais da Costa.
Essa é uma das provas de como é importante contar histórias aos filhos. Ao ouvir poemas, narrações, contos, as crianças precisam usar a imaginação para criar mentalmente o universo em que esses fatos narrados acontecem. Além disso, é dessa maneira que elas criam identidade com a família da qual fazem parte. “A história de um avô, de um acontecimento daquele dia, de como os pais se conheceram, tudo isso faz com que a criança aprenda a entender o mundo e a fazer parte dele”, diz a professora Marta, que também é especialista em literatura Infanto-juvenil. “Contar histórias é a porta de entrada para o mundo dos livros. Sempre dá recursos para a criança e facilita que ela desenvolva o interesse pela leitura.”
A importância da participação da família no estímulo à leitura ocorre também pelo fato de ela ser o primeiro grupo social do qual uma pessoa faz parte. “Ali ela recebe as primeiras informações sobre leitura. É olhando pais e irmãos mais velhos que uma criança tem a primeira impressão da leitura como algo obrigatório e chato ou divertido e prazeroso. Um jovem casal que tem o hábito de ler diariamente na frente de seu filho consequentemente fará dele um grande leitor porque ele tentará imitar os pais desde pequeno”, ressalta a diretora de ensino de educação infantil do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe/PR), Raquel Momm Maciel de Camargo.
Mas apenas os “causos” do cotidiano não são suficientes. É preciso contar histórias literárias, sejam elas grandes clássicos ou não. O importante é fazer com que os pequenos aprendam a viajar sem tirar os pés do chão. “A criança que é alimentada com histórias estimula a imaginação e desenvolve o prazer de viver aquelas histórias. A partir do momento que assimila esse prazer ao livro, mais tarde, por conta própria, ela vai buscá-lo sem que o adulto precise mandá-la”, afirma a professora Cátia. “Uma história contada em um filme é muito diferente do que foi imaginado na hora da leitura”, diz a diretora do Sinepe/PR.
“Ratinho de biblioteca”
O exemplo dos pais foi tão forte na vida de Giordana Vieira Zanetti Silva, que a menina, de apenas 10 anos, além de ser uma leitora voraz, tornou-se uma espécie de crítica literária mirim. “A Giordana tem um coleguinha na escola, cujos pais são diretores de uma editora. Sempre que um livro infantil vai ser lançado no mercado, eles convidam algumas crianças para lê-los e dizerem o que acharam do texto e das ilustrações”, conta o pai da garota, o médico Jordan Zanetti Silva. “Ela adora participar desse processo. Quando o convite chega, ela coloca na porta da geladeira e marca no calendário para que a gente não esqueça de levá-la. Já se sente uma crítica literária”, brinca o pai, que demonstra ter muito orgulho da filha.
O gosto pela leitura começou muito cedo. Tanto Jordan quanto Marli, mãe da menina, sempre leram juntos na frente de Giordana. Eles até instituíram um horário em que a televisão é desligada, para que todos possam ler tranquilos e unidos. “Desde pequena nós líamos as nossas coisas, e a Giordana, as dela. Assim que ela aprendeu a ler, começamos a frequentar bibliotecas da cidade. Já na primeira série da escola, ela ganhou o apelido de ‘ratinho de biblioteca’, dado pelas bibliotecárias do Colégio Bom Jesus”, diz Jordan. Ela chega a pegar dois livros por semana e é a aluna que mais faz empréstimos de obras na escola.
“Eu gosto mesmo muito de ler. Meus livros preferidos são o da coleção Salve-se quem puder, que mostram aventuras e buscas a objetos perdidos. Mas também leio jornais, para discutir com o meu pai quando ele chega em casa. E tudo isso começou porque minha mãe sempre me contou histórias para dormir”, conta Giordana, que se tornou um exemplo para seus colegas de classe. “Ela sempre tira notas boas, e as professoras gostam muito disso, não é mesmo? Mas seus amigos também. Ela é muito admirada”, conta o pai.
Contato com o livro deve começar na infância
Na fase da pré-alfabetização, em que muitas crianças nem foram à escola, é importante que os pais mostrem o livro, permitam que a criança brinque com ele e, é claro, sempre ensinem o respeito por aquela obra e não permitam que ela seja rasgada. Desenhar no livro é permitido. “É preciso que a criança ganhe intimidade com o objeto livro assim como ela tem com a bola, com a boneca ou com o carrinho”, diz Marta. E essa intimidade pode render algumas surpresas aos pais. “Temos crianças que aprenderam a ler aos 3 ou 4 anos porque foram construindo hipóteses de leitura e logo se alfabetizaram.”
Para que o trabalho de incentivo dos pais não seja perdido, a escola precisa ter professores capazes de indicar leituras que, ao mesmo tempo em que dão prazer, sejam instigantes para prender a atenção e para estimular o desenvolvimento crítico dos alunos. E mais uma vez, a família precisa valorizar essa leitura. “É necessário que os pais leiam o que os filhos leem para poderem debater assuntos da realidade deles”, afirma a professora Cátia, que pede que os pais vão ainda mais longe nesse momento. “A escola tem uma coisa muito ruim que é a cobrança. Um contraponto muito importante dos pais nesse sentido é o de oferecer uma leitura descompromissada. Sem que a criança precise ler a fim de fazer uma prova com data marcada.”