É o que mostra pesquisa da Federação do Comércio. Mas aos poucos os consumidores voltam às compras.
A crise mundial deixou os consumidores brasileiros mais cautelosos e preocupados com o futuro. É o que mostram os números de uma nova pesquisa da Federação do Comércio. Aos poucos ele volta às compras, mas ainda tenta economizar e guardar o dinheiro que sobra. Os economistas acham que até o fim do ano a poupança já tem destino certo.
Shoppings mais vazios do que o normal foram consequências inevitáveis nos últimos tempos. Para muitos consumidores, a crise econômica teve dois tipos de efeito: ou os atingiu diretamente, com desemprego e diminuição de renda, ou gerou o temor de que algo assim pudesse acontecer. A reação nesse segundo caso foi a de segurar os gastos, esperar a tempestade passar. Foi o caso o fisioterapeuta Renato Castro, que preferiu não comprar uma nova televisão.
“Por precaução. Às vezes é melhor guardar e deixar um pouco mais para frente a decisão de gastar. Preferi poupar esse dinheiro e agora já estou com uma possibilidade melhor de fazer essa compra mais seguro”, comenta o fisioterapeuta Renato Castro.
A natural cautela do consumidor em tempos de crise começa a ir embora devagarzinho. A sensação de que o pior já passou faz com que ele volte a querer consumir, pelo menos é o que mostra a pesquisa da Fecomércio. Os números mostram um aumento de 8,3% entre aqueles que guardaram seu dinheiro este ano em relação ao mesmo período em 2008. São R$ 25 bilhões que deixaram de circular na economia. Deixaram saudade e prometem voltar.
“Há uma perspectiva de melhora e de um aumento de consumo nos próximos três meses. Houve um aumento em torno de 16% em relação ao dado do ano passado, quer dizer, essas pessoas que estão poupando para uma eventualidade, com a diminuição da crise, com a continua melhora do emprego, tendem a voltar para o consumo”, explica o economista João Carlos Gomes.
André está há um ano paquerando um novo carro, mas sem coragem de se declarar e de colocar a mão no bolso para comprar. O gerente de concessionária Artur Gonçalves, quer apressar esse casamento: “O cliente está relutando, está pensando. Se ele for parar para fazer conta de quanto vai perder na diferença do IPI, ele realmente compra”.
Ninguém escapa de uma boa cantada. André mergulha de cabeça. Final feliz? “Acredito que 90% de certeza”.