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 Defesa do Consumidor
 

Consumo de suplementos sem orientação pode trazer riscos para saúde

Fonte: A Tarde Online 27/8/2009

Texto enviado ao JurisWay em 27/08/2009.

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Na contramão de tudo o que já foi dito sobre o consumo de suplementos vitamínicos e seus possíveis benefícios para a prática esportiva e a saúde, um estudo recente revelou que a ingestão desses produtos pode colocar a perder o efeito benéfico do exercício físico, em particular no que se refere à prevenção do diabetes.
 
A pesquisa, comandada pelo nutricionista alemão Michael Ristow em parceria com o médico Ronald Kahn, do Joslin Diabetes Center de Boston (EEUU), está na edição da revista científica americana PNAS (Proceedings of the National Academy of Sciences). O problema é que, até então, o que se sabia era que a prática de exercícios físicos facilitava a ação da insulina no organismo, ajudando a prevenir o diabetes. Entretanto, o estudo mostrou que os sinais de melhora no metabolismo da insulina eram praticamente anulados nas pessoas que ingeriam os suplementos de vitaminas.
A explicação desse fenômeno pode estar na ação de nutrientes sobre o oxigênio celular. Para os pesquisadores, a produção de radicais livres é o que pode provocar esse fenômeno misterioso, já que eles são formas quimicamente instáveis de oxigênio produzidas pelas células durante o esforço físico.  Como as vitaminas C e E são antioxidantes e combatem os radicais livres, o efeito da “malhação” é anulado, como se o corpo não sentisse os benefícios do exercício”, esclarece o endocrinologista, nutrólogo e presidente da Sociedade Brasileira para Estudo do Envelhecimento, Wilmar Accursio.
 
Para chegar a esse resultado, os pesquisadores observaram durante quatro semanas um grupo de 40 homens adultos, saudáveis, que seguiram um programa de exercícios físicos, sendo que somente metade deles recebeu suplementos de vitaminas C e E. Foram feitas biopsias dos músculos dos voluntários, para examinar seu metabolismo.
Repercussão –  Consultados pelo Jornal A Tarde, alguns profissionais falaram sobre a importância do trabalho, mas contestaram alguns pontos considerados importantes para a realização de uma pesquisa desse nível. “O estudo é sério, é randomizado, duplo-cego, controlado, o que garante muita confiabilidade, mas a amostra conta com a participação de apenas 40 pessoas, todas do sexo masculino e não leva em consideração os hábitos alimentares e hábitos de vida dos pesquisados”, diz o nutricionista esportivo Vanilson Silva.
 
A nutricionista e especialista em obesidade, Márcia Magalhães, também considera o estudo importante, mas afirma que é preciso cautela. “Creio que o estudo é de extrema importância e sabemos que quando o assunto é nutrição, as coisas mudam, não são estáveis, mas creio que quatro semanas é pouco tempo para afirmamos que o consumo de suplementos favorece a resistência insulínica. Acredito que seria necessário investigarmos mais pessoas, durante um período maior”.
 
Márcia explica que o próprio ato de fazer atividade física produz  radicais livres, estes, por sua vez, geram  enzimas que tem funções antioxidantes (toda substância que impede outra substância de ser oxidada), como a glutationa peroxidase e a superóxido dis mutase. Elas atuam na melhora da resistência insulínica. “O que os pesquisadores mostram no estudo e precisa ser melhor investigado é que as vitaminas C e E inibem a formação dessas enzimas, o que faz com que se perca os efeitos benéficos”, explica.
 
A endocrinologista e nutróloga Sandra Gordilho chama atenção para o fato da necessidade de ter sido informado a quais tipos de exercícios os pacientes foram submetidos. “Ao fazer atividade física produzimos radicais livres e a própria atividade pode levar ao estresse oxidativo, dependo da intensidade e tempo em que é realizado”, explica.
Segundo ela, o fato de uma pessoa se exercitar não significa, portanto, que ela está isenta de produzir os radicais. “Os radicais livres podem ser produzidos pelo oxigênio, alimentos que contêm agrotóxicos, aditivos, estresse, cigarro, álcool, radiação, poluição etc. Uma pessoa sedentária, por exemplo, pode produzir a mesma quantidade de radicais livres que uma pessoa que se exercita por mais de uma hora. Portanto,  pode existir outros fatores que levaram a essa conclusão, que não o consumo de suplementos. Seria preciso levar isso em conta”, esclarece.
 
A médica ressalta, no entanto, que ao contrário do que muitos pensam os radicais livres têm um papel importante nos processos infecciosos e inflamatórios. “Alguns dos glóbulos brancos liberam enzimas que dão origem a radicais livres que são importantes no combate a processos infecciosos. Quando o oxigênio chega ao local da inflamação é oxidado, gerando radicais livres que promovem a destruição da bactéria”, diz, acrescentando que eles são importantes, o problema está na produção em excesso que pode ser evitada com mudanças simples como não fumar, buscar ingerir alimentos antioxidantes, evitar o estresse, poluição e álcool.
 
Uma alimentação rica em xenobióticos pode levar ao estresse oxidativo, portanto o consumo de muitos alimentos industrializados, ricos em conservantes e edulcorantes, pode contribuir para que radicais livres se formem. Além disso, o uso de uma alimentação rica em gorduras trans e gorduras saturadas, bem como o uso de alimentos refinados, associada à monotonia alimentar podem ser fatores contribuintes do estresse oxidativo.





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