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De acordo com Ricardo Antônio Lobo, gerente da Covisa, a vigilância detectou até remédios vencidos há mais de dois anos. “Estamos em 2009 e encontramos medicação que tinha vencido em 2007”, afirmou.
A Covisa reforçou em 2009 as inspeções em clínicas de estética onde são realizados procedimentos “invasivos” – o que vai desde aplicação de botox até cirurgias de lipoaspiração e aplicação de próteses de silicone.
A decisão, segundo Lobo, foi tomada após casos de contaminação por micobactéria serem detectados em clínicas do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, em 2008
Não tivemos contaminação em São Paulo, mas achamos prudente reforçar as inspeções nesses locais para evitar que um problema do tipo aconteça na cidade”, explica o gerente.
O médico Valcenir Bedin, presidente da regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Medicina Estética (SBME), afirma que a entidade apoia a fiscalização. “Para nós é muito importante que as clínicas de estética estejam operando com higiene e segurança”, afirma. “Queremos que o joio seja separado do trigo”, afirmou Bedin.
Desde janeiro, a Covisa inspecionou 21 estabelecimentos de “alto risco de contaminação” – ou seja, aqueles onde ocorrem procedimentos invasivos.
Desses, quatro foram interditados temporariamente e quatro interditados totalmente. “Uma vez que um estabelecimento é fechado totalmente, é muito difícil que ele volte a funcionar”, afirma Lobo.
Entre as causas de interdição estão falta de higiene e remédios vencidos. “Encontramos desde descarte inadequado de material hospitalar até falta de, por exemplo, sabonete líquido e toalhas de papel”, afirma o gerente da Covisa.
Entre os medicamentos impróprios para uso estavam remédios com data de validade ultrapassada e também medicações armazenadas de forma inadequada. “Alguns medicamentos precisam ser guardados em um ambiente refrigerado e ao abrigo de luz. Se eles estão armazenados de outra forma, não funcionam”, explica Lobo.
A principal causa de interdição, no entanto, foi a falta de esterilização adequada dos equipamentos médicos, o que é muito perigoso para a saúde.
O médico Luís Fernando Aranha Camargo, professor de doenças infecciosas e parasitárias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que a esterilização evita infecções.
“Quando um instrumento fica em contato com um fluído orgânico, como sangue ou urina, ele precisa ser esterilizado antes de ser utilizado no próximo paciente para a eliminação de todos os agentes infecciosos”, explica Camargo. Um material mal-esterilizado pode transmitir desde micoses e outras doenças de pele até enfermidades graves como Aids e hepatite.
Cuidados
Lobo recomenda que a população fique alerta quando for se tratar em uma clínica estética. “Peça todas as informações sobre o procedimento que for realizar e pergunte sobre como o estabelecimento lida com a higiene. Em caso de dúvida ou denúncia, procure a Covisa”, afirma o gerente. O telefone é o 156.
“Também é necessário pedir o número do cadastro municipal da clínica na vigilância sanitária. Com ele, você deve entrar em contato para saber se o local está autorizado a funcionar, se há algum problema registrado e quando foi a última inspeção”, explica.
A SBME informa que oferece cursos gratuitos para que profissionais de clínicas estéticas se atualizem sobre as exigências de saúde e segurança.
“Muitas vezes o médico não erra por má-fé, mas por desconhecimento”, afirma Valcenir Bedin. A entidade se coloca à disposição para que médicos, filiados ou não, tirem dúvidas por meio do telefone (11) 3673-4553.