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Avaliação da Agência Nacional de Saúde mostra que seis das principais operadoras que atuam em São Paulo não têm condições econômicas de garantir atendimento a seus clientes. Representante do setor contesta resultado
Marcos Burghi,
Seis das principais operadoras de planos de saúde do mercado paulista não satisfazem as garantias financeiras para funcionamento exigidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). As empresas obtiveram notas abaixo da média no item ‘qualidade econômico-financeira’, durante a avaliação de Qualificação da Saúde Suplementar, realizada pela ANS.
O Jornal da Tarde verificou que Amil, Samcil e Santa Amália obtiveram o valor mínimo no quesito ‘qualidade econômico-financeira’, entre 0 e 0,19, o que levou a ANS a não definir uma nota geral para estas operadoras. Dix Amico, Greenline e Unimed Paulistana não se saíram muito melhor e receberam nota entre 0,2 a 0,39.
Pedro Fazio, diretor da Fazio Consultoria, especializada em legislação de saúde de grupo, acredita que as notas baixas acerca da saúde financeira de algumas operadoras se devam mais à complexidade das informações solicitadas que a problemas reais. “As regras da ANS exigem informações mensais e qualquer falta influi na nota”, diz.
O consultor ressalta que hoje as operadoras competem principalmente no preço, o que dificulta a constituição das reservas financeiras exigidas pela ANS.
Distorções
Arlindo Almeida, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), afirma que a avaliação da ANS tem distorções. Ele diz que operadoras que contam com boas avaliações em relação à satisfação dos usuários ficaram com média baixa ou sem nota pela falta de dados ou a impossibilidade de cumprir prazos, que não configuram dificuldades econômico-financeiras.
Das operadoras que não obtiveram média geral por problemas nas informações econômico-financeiras, Samcil e Santa Amália ficaram com nota máxima, entre 0,8 e 1, no quesito satisfação dos usuários. A Amil também foi bem avaliada, com nota entre 0,6 e 0,79 (veja quadro).
Almeida criticou também a maneira como foi realizada a avaliação da ANS. “O levantamento foi feito à distância, sem que os responsáveis visitassem as operadoras e fizessem uma análise criteriosa da situação financeira das empresas”, afirma.
De acordo com Afonso Reis, coordenador do programa de Qualidade em Saúde Suplementar da ANS, a agência vai entrar em contato com as empresas para verificar a extensão dos problemas por meio de fiscalização. Ele ressalta que as garantias exigidas não precisam ser financeiras. “Valem imóveis e demos prazo de cinco anos para constituição das garantias”, diz.
Em dia
O JT também conferiu a avaliação da Medial Saúde, outra importante operadora do mercado paulista. De acordo com a ANS, a média geral da empresa foi considerada satisfatória, entre 0,6 e 0,79. Esta também foi a nota da empresa para ‘estrutura de operação’, ‘qualidade econômico-financeira’ e ‘satisfação do consumidor’. A exceção foi o item ‘atenção à saúde’, quesito em que a empresa obteve pontuação entre 0,4 e 0,59.
Em nota assinada por seu presidente, Mario Santoro Júnior, a Unimed Paulistana diz que “vem passando por uma reestruturação administrativa e financeira desde maio de 2007”.
A Greenline, também por meio de nota, informou que “está em tramite processo administrativo para a adequação das garantias financeiras”.
As operadoras Amil, Dix Amico, Samcil e Santa Amália não se manifestaram.
Para consultar as avaliações das operadoras de saúde basta acessar o site www.ans.gov.br, clicar no item ‘Qualificação da Saúde Suplementar’, na parte superior da página, e depois digitar o número de registro da operadora, que pode ser encontrado no carnê ou no boleto bancário.