Últimos artigos
Alta do preço do aço para as montadoras elevaria valor de carro em médio prazo 29/03/2011
Camas de bronzeamento artificial são cancerígenas, diz pesquisa 22/09/2009
Financiamento habitacional cresce mais que o saldo de todas as operação de crédito 22/09/2009
Bernardo diz que Brasil já saiu da crise financeira 22/09/2009
Liquidações nem sempre dão direito a trocas 21/09/2009
Selo vai identificar produtos da agricultura familiar 21/09/2009
Sopas prontas: cuidado com o sódio 21/09/2009
Speedy: Relatório considera "insuficientes" medidas da Telefônica 21/09/2009
Abusos das operadoras de telefonia lideram reclamações no Procon 21/09/2009
Defesa do Consumidor analisou 14 propostas no 1º semestre 21/09/2009
Em primeiro lugar, vem o estudo. Em segundo, ter um trabalho estável. No meio tempo, encontrar alguém que valha a pena. Enquanto isso, o tempo passa e quando você acha que é hora de ter filhos seu corpo já não colabora mais. Essa história é familiar? Pois é, é algo que tem acontecido com um número cada vez maior de pessoas. Por isso, o G1 traz nesta quinta-feira (6) as opções de tratamento para quem quer comemorar o Dia das Mães em 2010, mas não consegue engravidar.
Antes disso, vamos explicar: como saber se você tem um problema para ter filhos? Qual a hora de procurar o médico? O especialista em tratamentos de infertilidade Renato Fraietta esclarece: “A gente considera que um casal pode ter problemas de fertilidade se está tentando engravidar há mais de um ano, com relações sexuais frequentes e bem distribuídas ao longo do ciclo menstrual da mulher e não consegue”.
No entanto, os casais podem pedir orientação antes desse período. “Se eles estão preocupados ou sabem de algum fator de risco, é claro que podem ir ao médico antes”, diz Fraietta, que trabalha na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Foi o que aconteceu com a carioca Camila Prado*, de 25 anos. Casada há quatro anos, ela tentava engravidar havia seis meses quando foi pedir a ajuda de sua ginecologista, que pediu uma série de exames para avaliar a fertilidade dela e do marido.
Esse é realmente o primeiro passo. E, ao contrário do que muitos pensam, a infertilidade não é mais comum nas mulheres do que nos homens. “É uma doença bem democrática. Os dois contribuem de forma igual para os casos. Em 30% dos casais com problemas, a causa está na mulher. Em outros 30%, no homem. E em 40% dos casos os dois têm algum fator”, afirma Fraietta. “Ela tem um probleminha, ele tem um probleminha e esses dois probleminhas juntos viram um problemão”, conta.
No homem, a causa mais comum é a varicocele, uma doença que faz surgir varizes nos testículos e reduz a qualidade do esperma. Esse problema responde por um terço dos casos de infertilidade masculina primária (aquela que ocorre no homem que nunca teve filhos) e por 80% dos casos de infertilidade secundária (a de quem já teve pelo menos um filho). Ela pode ser consertada com um procedimento cirúrgico relativamente simples. Doenças genéticas e congênitas também afetam a fertilidade masculina.
Entre as mulheres, são três as causas básicas de infertilidade. “Problemas na ovulação respondem por 30% dos casos. Outros 30% são de doenças nas trompas. E a endometriose é a causa de mais 30% dos problemas”, explica Renato Fraietta. Os 10% restantes são de doenças genéticas ou problemas hormonais.
Mas o maior problema mesmo para as mulheres é a idade. Embora a vida moderna tenha forçado mulheres a deixar a gravidez para mais tarde, o organismo delas ainda funciona como o de suas avós.
Para ele, a idade ideal para ter filhos é dos 16 aos 23 anos. A partir daí começa o declínio. Aos 30 anos, as chances de engravidar naturalmente são de pouco mais da metade da que existia aos 20 anos. A partir dos 40 anos, o declínio é vertiginoso. Aos 40, a mulher tem menos de 5% de chances de ter uma gravidez naturalmente e esse número despenca ano após ano.
“A vida moderna é incompatível com a vida biológica. A maioria das mulheres que buscam tratamento para infertilidade não teriam problema nenhum se tivessem tentado engravidar mais cedo”, diz o médico.
Camila Prado acredita que as mulheres acabam deixando a maternidade para mais tarde também por desinformação a respeito das chances de engravidar. Com isso, fica difícil aceitar quando se quer engravidar e não consegue. “A vida inteira achamos que qualquer espirro fora do lugar, qualquer contato físico com o parceiro pode dar início a uma gravidez. Mas se alguém tivesse me dito que é normalíssimo um casal saudável demorar até um ano pra engravidar, eu estaria melhor preparada psicologicamente para lidar com os meses de insucesso”, afirma ela.
Investigação
Para identificar exatamente onde está a dificuldade tanto o homem quanto a mulher têm que passar por uma consulta médica e exames. Se um dos dois fuma, o primeiro passo é abandonar o cigarro. “O fumo tem um papel importante na infertilidade tanto masculina quanto feminina, assim como o álcool, as drogas ilícitas e muitos remédios”, diz o médico.
O especialista também vai levantar o histórico médico do casal e de seus familiares. Algumas doenças, principalmente as sexualmente transmissíveis, afetam a fertilidade.
Camila está passando por esses exames neste mês. “A médica pediu que o meu marido fizesse o espermograma (que verifica a contagem e a velocidade dos espermatozóides) e que eu fizesse uma videohisteroscopia (uma espécie de filmagem por dentro do útero) e uma ressonância magnética da pélvis. Se estiver tudo ok, precisarei ainda fazer um exame que verifica se as trompas tem algum tipo de obstrução”, conta ela.
A administradora Elane Pereira, de 32 anos, também passa por esses exames. Em seu segundo casamento há dez meses, ela quer realizar o sonho de ter um filho desde seu primeiro matrimônio. “No segundo ano de casamento, decidimos tirar o DIU [Dispositivo Intra-Uterino, um contraceptivo colocado dentro do útero] para tentarmos um bebê, mas não aconteceu. Enfim, terminamos, mas não pensei em fazer tratamento. Agora, no meu segundo casamento, resolvi investigar a causa”, conta Elane.