Últimos artigos
Alta do preço do aço para as montadoras elevaria valor de carro em médio prazo 29/03/2011
Camas de bronzeamento artificial são cancerígenas, diz pesquisa 22/09/2009
Financiamento habitacional cresce mais que o saldo de todas as operação de crédito 22/09/2009
Bernardo diz que Brasil já saiu da crise financeira 22/09/2009
Liquidações nem sempre dão direito a trocas 21/09/2009
Selo vai identificar produtos da agricultura familiar 21/09/2009
Sopas prontas: cuidado com o sódio 21/09/2009
Speedy: Relatório considera "insuficientes" medidas da Telefônica 21/09/2009
Abusos das operadoras de telefonia lideram reclamações no Procon 21/09/2009
Defesa do Consumidor analisou 14 propostas no 1º semestre 21/09/2009
Selic baixa 1 ponto, a 10,25% ao ano. Caixa reduz taxa do penhor e BB facilita mais compra de eletrodomésticos
Rio - A taxa básica de juros (Selic) é a menor na história do País. Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirmou a expectativa do mercado financeiro e reduziu a taxa em 1 ponto, para 10,25% ao ano. O corte dos juros é importante incentivo ao consumo, porque barateia as compras a prazo e os financiamentos. Ontem, vários bancos anunciaram redução das taxas no crédito a pessoas físicas e empresas.
A Caixa Econômica Federal, por exemplo, vai baixar na segunda-feira até os juros da popular linha de penhor, de 2,25% para 2,10% ao mês. No Banco do Brasil, também a partir da semana que vem, cairão as taxas do financiamento de bens de consumo (eletrodomésticos de linha branca), de 2,62% para 1,99% ao mês.
Os diretores do BC tomaram a decisão de forma unânime, como mais uma medida para estimular a economia, seriamente prejudicada pela crise global. Além do crédito, os juros mais baixos tendem a impulsionar os investimentos das empresas, o que gera empregos. Com o corte, o Brasil perde o vergonhoso título de país com maior nível de juros no mundo — a liderança agora é da China, com taxa real (descontada a inflação) de 6,6%, seguida pela Hungria (6,4%) e pelo Brasil (5,8%).
Foi a terceira redução consecutiva da Selic, que estava em 13,75% ao ano no começo de 2009 — desde então, a queda chega a 3,5 pontos. No pagamento em 12 vezes de uma geladeira que custa R$ 1.500, por exemplo, o consumidor está pagando menos R$ 2,56 na prestação ou R$ 30,72 no total, segundo cálculos de Miguel José Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac. Se considerada somente a queda de ontem, a prestação cai R$ 0,69 ou R$ 8,28 no valor final.
Esperando a chegada de Sarah, o casal Jorge Baravani e Jaciara Damico torce por uma queda ainda maior dos juros. “Assim, conseguiríamos comprar tudo de uma vez, não só a máquina de lavar”, diz Jaciara.
Vários bancos barateiam o crédito
Além da Caixa e do Banco do Brasil, Bradesco, Itaú-Unibanco e HSBC anunciaram que estão reduzindo juros em linhas de crédito, incluindo o cheque especial e o financiamento de veículos. No Bradesco, por exemplo, na modalidade CDC Veículos, a taxa mínima passou a ser de 1,52% ao mês, ante 1,56%, e a máxima recuou de 2,62% para 2,58%. No Itaú-Unibanco, a taxa do especial cairá de 8,75% para 8,67%.
Efeitos colaterais na correção da poupança
A queda dos juros torna inadiável a mudança na remuneração da poupança. Com a Selic mais baixa, a caderneta fica muito competitiva em relação aos fundos de renda fixa, que têm taxa de administração e pagam Imposto de Renda.
Os bancos temem fuga em massa de recursos para as cadernetas. E aí está o foco do problema, porque o dinheiro da poupança é carimbado: 65% têm que ir para financiamentos habitacionais. Já o que está nos fundos fica nas mãos dos bancos para usar — e cobrar — da forma que quiserem.
A decisão deve sair no início de maio. O governo sinaliza que aplicações até R$ 15 mil teriam a correção preservada, e estuda criar faixas de remuneração — quanto maior o saldo, menor o ganho. Outras possibilidades são fixar a correção em 0,5% ao mês e tributar investimentos acima de R$ 500 mil.