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Os choques da crise prejudicaram a renda do consultor comercial Roberto da Motta, 42 anos. Há cinco anos ele abriu uma consultoria própria e desde o ano passado perdeu quatro contratos. Somado a isso, ele e a esposa, que trabalha com vendas e sofreu um decréscimo das comissões, estão pagando o consórcio de uma casa. “Fomos contemplados, escolhemos uma casa, mas ainda não fizemos a mudança. Atualmente pagamos aluguel e as prestações do consórcio”, diz.
Os especialistas dizem que a economia mundial está e continuará enfrentando períodos difíceis. Para muitas famílias, como a de Roberto, o resultado disso é um encolhimento nas receitas e a necessidade de adaptar o orçamento, e a solução está na redução de despesas. Para evitar problemas maiores, o primeiro passo é rever os gastos, real por real.
Foi o que fez Roberto. Diante das dificuldades, a alternativa foi diminuir alguns confortos. “Cancelamos a tevê a cabo e diminuímos o lazer. Se antes saíamos no sábado e no domingo para jantar ou ir ao cinema, agora escolhemos um dia na semana apenas”, conta. Ele afirma que enquanto o casal não aumentar a renda familiar, a lista de itens supérfluos deve continuar diminuindo. “É a única forma de não ficar inadimplente.”
Um instrumento fundamental é ter uma planilha de orçamento que revele exatamente quanto e onde se gasta. “Se uma família não fazia este controle antes, terá de fazer agora e com urgência”, lembra o diretor do curso de Ciências Econômicas da PUC-PR, Carlos Magno.
Segundo Ana Paula Mussi Cherobim, coordenadora do laboratório de orçamento familiar da UFPR, quando a pessoa mora sozinha é mais fácil cortar gastos. “Ela não precisa negociar com ninguém.” Mas quando se trata de uma família, o essencial é fazer uma “reunião” e deixar todos cientes da necessidade dos cortes. “O esforço é conjunto, trata-se de um momento de reeducação financeira que será benéfica para o futuro”, diz.
A professora Ana Paula explica que, além de cortar os gastos não essenciais, as famílias com rendas variáveis precisam diminuir os gastos fixos. “Quem não tem certeza de quanto vai receber ao final do mês deve pensar em mudar os filhos da escola privada para a pública e cortar o celular pós-pago, por exemplo”, diz. Mesmo que falte dinheiro para as despesas fixas, ela lembra que não é recomendável usar cheque especial ou financiar a dívida no cartão de crédito pois as taxas de juros são muito altas.
Outra dica importante dos especialistas é não deixar de poupar. “Quem já poupava, seja para formar uma reserva de emergência ou para realizar um sonho, deve persistir nesse hábito”, diz Carlos Magno.
Sem frustração
O consultor comercial Roberto da Motta identificou, a partir de uma análise das despesas, o que poderia ser cortado no orçamento doméstico. Mas, de acordo com a consultora em psicologia econômica e professora da PUC-SP Vera Rita de Melo Ferreira este processo nem sempre é fácil.
Ela explica que quem não consegue se manter longe dos gastos deve procurar ajuda. “Consulte planejadores financeiros que possam lhe indicar a forma mais sensata de atravessar o período”, aconselha. Vera afirma que em períodos de crise é natural que as pessoas sintam frustração por não conseguir realizar sonhos. “Nossa vida é marcada pela busca por satisfação também por meio do consumo. O melhor é tomar consciência da realidade e saber que a economia não deve mudar no curto prazo”, lembra.
Algumas dicas para promover os cortes de gastos em casa:
- Conscientize a família da situação financeira da casa. A necessidade de cortes e adequação do padrão de vida atinge todos e tem de ser imediata. Uma reunião periódica pode ajudar neste processo.
- Prepare uma planilha de despesas. Ela deve conter todos os gastos fixos e a previsão dos variáveis. Além dos valores da receita familiar. A partir da planilha, identifique o que é supérfluo e pode ser cortado como o cinema, os jantares fora de casa e as mensalidades de clubes e academias. Tente substituir por lazeres gratuitos, por exemplo.
- Não contraia dívidas: para não correr o risco de gastar, deixe o cartão de crédito e o talão de cheques em casa.
- Não é o momento de adquirir produtos de grande valor como carros ou imóveis, a menos que você tenha um dinheiro já reservado para isso. Se a família tem renda variável, fuja dos financiamentos.