Prova Concurso Público - TRE/PB - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Novembro/2015 - FCC

Dificuldade Média
(30% a 60% de acertos)

Até agora, cerca de 58% acertaram esta questão.

1.252 pessoas responderam.

Língua Portuguesa

Anexo para as questões 1 a 5


Atenção: Leia o texto abaixo para responder às questões de número 1 a 5.

Nos últimos dias, fomos bombardeados com estatísticas e reportagens alarmantes sobre pais angustiados por não poder gastar o mesmo que gastaram no ano de 2014 no dia da criança

− em letras minúsculas. Não acredito em dia da criança em

maiúsculas. Não há celebração da infância (ou da maternidade e paternidade) que careça de compras. Todos sabemos que são datas para movimentar o comércio e nada há de errado em aquecer a atividade econômica. Mas, no caso das crianças, que não compreendem a comercialização do afeto, é triste ver pais se desculpando por não poder comprar algo como se isto represente uma falha em demonstrar dedicação aos filhos. Falar de dinheiro com os filhos parece quase tão difícil quanto falar de sexo.

Num distante longo feriado, visitando uma família querida na costa oeste americana, me surpreendi com a naturalidade de uma menina de oito anos, quando perguntei: "Qual é o plano para amanhã?". "Compras", foi a resposta. A menina não me disse que precisava de um casaco de inverno ou um livro para a escola. É possível que nada lhe faltasse no momento, mas o programa seria comprar, verbo intransitivo. Minha surpresa era explicada pelo choque de cultura e geração. Crescendo no Rio de Janeiro, o verbo comprar como uma atividade, tal como ir à praia ou ao teatro, não era usado por crianças.

Um jornalista americano, que foi um dos inventores da cobertura sobre finanças pessoais, lançou, este ano, o livro O Oposto de Mimados: Criando Filhos Generosos, Bem Fundamentados
e Inteligentes Sobre Dinheiro. Ron Lieber começou a ser emparedado pela própria filha de três anos com perguntas sobre dinheiro que o faziam engasgar. Ele se deu conta de que uma das maiores ofensas que se pode fazer a mães e pais é descrever seus filhos como mimados. O verbo é passivo.

Mimados por quem?

Assim, não chega a surpreender que pais vejam o impedimento para comprar como um fracasso pessoal.

(Adaptado de: GUIMARÃES, Lúcia. Comprar, verbo intransitivo. In: Cultura-Estadão, 12/10/2015)



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1ª Questão:

O texto,



a) ao se referir ao livro de Ron Lieber, destaca a possibilidade de adequar as crianças ao contexto de consumo deliberado que marca sua realidade, conferindo- lhes mais independência e senso de oportunidade nas compras.

96 marcações (8%)
b) com a referência ao particípio passado "mimados" (3o parágrafo), atribui parte da responsabilidade pelo problema em questão às crianças, uma vez que infundem em seus pais um sentimento de culpa e insatisfação.

123 marcações (10%)
c) ao aludir à intransitividade do verbo "comprar" (2o parágrafo), que é usualmente transitivo, chama atenção do leitor para o aspecto consumista, em que o objeto a ser comprado é secundário em relação ao próprio ato de comprar.

727 marcações (58%)
d) ao mencionar Rio de Janeiro e Estados Unidos, estabelece dois parâmetros éticos em relação ao consumo: o primeiro, caracterizado por um mercado turístico; o segundo, por uma realidade doméstica e cotidiana.

122 marcações (10%)
e) com o fracasso dos pais em tentar agradar seus filhos, estabelece parâmetros financeiros para as famílias, cujas necessidades são cada vez menos atendidas pelos bens de consumo disponíveis.


184 marcações (15%)


Lembre-se: Salvo disposição em contrário, as questões e o gabarito levam em consideração a legislação em vigor à época do edital desta prova, que foi aplicada em Novembro/2015.