Prova Concurso Público - TRE/PB - Analista Judiciário - Área Administrativa - Novembro/2015 - FCC - (Gabarito Preliminar)

Questão Difícil
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Língua Portuguesa

Anexo para as questões 6 a 10

Atenção: Considere o texto abaixo para responder às perguntas de números 6 a 10.

No Engenho do Pau d'Arco, na Paraíba, nas ruas do Recife e João Pessoa, no início do século XX, cismava, sofria, escrevia 

poemas, um homem jovem, magro e taciturno, que se tornaria conhecido na história da literatura brasileira pelo nome de Augusto dos Anjos.

Augusto dos Anjos vive em um ambiente de decadência, doença e luto. Mas o que desmorona não é apenas sua família: é todo um amplo setor da classe latifundiária do Nordeste atingida por transformações econômicas, sociais e políticas .

Na época em que Augusto forjava os instrumentos de sua expressão poética, o Parnasianismo e o Simbolismo eram as tendências atuantes na poesia brasileira. Tanto uma como outra influíram na sua formação, mas a nenhuma delas se filiou.

Na obra de Augusto dos Anjos aparecem, não de maneira eventual, e sim como elemento constitutivo de sua linguagem, alguns traços que caracterizam a nova poesia, a que se convencionou chamar de poesia moderna. Daí a presença, em sua obra, de elementos que o põem adiante de sua época. Mas em que me baseio para afirmar que existe, no poeta do Eu, elementos que antecipam a linguagem moderna da poesia brasileira? Para responder essa questão, devo primeiramente esclarecer o que entendo por "poesia moderna" ou "nova linguagem da poesia".

Quando a linguagem da poesia desceu ao nível da prosa, o próprio poeta decidiu que habitaria o cotidiano e passou a ver nele não o mundo de que se deve fugir e sim o mundo que se deve transformar. A desmistificação do real implica, naturalmente, a desmistificação da linguagem. A poesia se torna, cada vez mais, o trabalho objetivo do poeta sobre a linguagem, visando exprimir a complexidade desse mundo concreto e dinâmico. Sua "ação" só terá sentido na medida em que sua linguagem não apareça como um discurso vazio a deslizar pela superfície das coisas.

Toda atividade humana é um esforço para superar a contradição sujeito-mundo. A poesia é um modo específico de tentar essa superação infinitamente recomeçada. É, por isso, um discurso deliberadamente desconcertante, que contraria a normalidade.

Para atingi-lo, o poeta moderno lança mão de uma série de recursos que constituem as características de sua nova linguagem:

construção sintática inusitada, choque de palavras, enumeração caótica, mistura de formas verbais coloquiais e eruditas, de palavras vulgares com palavras "poéticas", etc. Alguns desses recursos foram utilizados por Augusto dos Anjos.

(Adaptado de: GULLAR, Ferreira. Disponível em: jornal-daparaiba.com.br/euaugusto)



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9ª Questão:

O elemento que NÃO é um pronome está sublinhado em:





a) ... o próprio poeta decidiu que habitaria o cotidiano... (5o parágrafo)


44 marcações (27%)
b) ... que se tornaria conhecido na história da literatura brasileira... (1o parágrafo)


27 marcações (17%)
c) ... alguns traços que caracterizam a nova poesia... (4o parágrafo)


27 marcações (17%)
d) ... o poeta moderno lança mão de uma série de recursos que constituem... (último parágrafo)


31 marcações (19%)
e) ... o mundo que se deve transformar. (5o parágrafo)




33 marcações (20%)


Lembre-se: Salvo disposição em contrário, as questões e o gabarito levam em consideração a legislação em vigor à época do edital desta prova, que foi aplicada em Novembro/2015.