Prova Concurso Público - TRT/MG - Analista Judiciário - Execução de Mandados - Novembro/2009 - FCC

Dificuldade Média
(30% a 60% de acertos)

Até agora, cerca de 57% acertaram esta questão.

2.567 pessoas responderam.

Língua Portuguesa

Anexo para as questões 1 a 10

Atenção: As questões de números 1 a 10 referem-se ao texto seguinte.

Um antigo documentário

Num desses canais de TV a cabo - ou no de TV Educativa, não me lembro ao certo - pude assistir, não faz muitos dias, a um documentário sobre a atuação dos irmãos Vilas-Boas junto a tribos indígenas do Xingu. A reportagem, apesar de tecnicamente algo tosca, resultou muito expressiva; deve datar do início dos anos 60. No centro dela, repontava o delicado tema da "aproximação" que os brancos promovem em relação aos índios ainda isolados. Cláudio Vilas-Boas, que chefiava a expedição, mostrou plena consciência da tensão que envolve esses primeiros contatos, que acabarão provocando a desfigurações da cultura indígena.

Há quem defenda, com razão, que o melhor para os índios seria que os deixássemos em paz, às voltas com seus valores, hábitos e ritos. Mas acabaria não sendo possível evitar que, mais dia, menos dia, algum contato se estabelecesse - e com o risco de que brancos ambiciosos e despreparados mostrassem, eles sim, a "selvageria" de que somos capazes.

A delicadeza da missão dos irmãos Vilas-Boas está em que eles procuram respeitar ao máximo a cultura indígena, enquanto a põem em contato com a nossa. Melhor que ninguém, os irmãos sabem que não aproveitaremos nada de tanto o que têm os índios a nos ensinar (na dedicação aos filhos, por exemplo) e que, ao mesmo tempo, os exporemos aos nossos piores vícios. Era visível a preocupação de Cláudio, pelos riscos desse contato: uma gripe trazida pelo branco pode dizimar toda uma aldeia.

Hoje, décadas depois, o documentário parece assumir o valor de um testamento: são impressionantes as cenas em que um chefe indígena recusa, com veemência, presentes dos "civilizados"; ele parece adivinhar o custo de tais ofertas, e busca se defender do perigo mortal que vê nelas. O país desenvolveuse muito nesse tempo, modernizou-se, povoou regiões recônditas do interior, abriu espaço para as "reservas". Mas sabemos que a cultura do colonizador não é, necessariamente, melhor do que a do colonizado. Apenas se revelou a mais bem armada, a mais forte das duas. Melhor seria se fosse, também, a mais justa.

(Roberto Melchior da Ponte, inédito)


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5ª Questão:

A cultura do colonizador impõe-se, via de regra, pela força das armas, e não pela inconteste superioridade de seus valores éticos.

Uma outra redação clara e correta do que acima se afirma pode ser:

a) Conquanto se imponha pela força das armas, os valores éticos da cultura do colonizador não contestam alguma superioridade.

152 marcações (6%)
b) Incontestavelmente, não há superioridade ética enquanto se impõem pelas as armas, como é forçoso reconhecer, a cultura do colonizador.

265 marcações (10%)
c) A incontestável superioridade dos valores éticos de uma cultura mostra-se, como regra, pela imposição de suas armas.

280 marcações (11%)
d) É à força das armas, e não à discutível superioridade de seus valores éticos, que a cultura do colonizador recorre para se impor.

1.454 marcações (57%)
e) Costumeiramente, a cultura do colonizador, pela força das armas, impõe-se como incontestavelmente superior aos valores éticos.

416 marcações (16%)


Lembre-se: Salvo disposição em contrário, as questões e o gabarito levam em consideração a legislação em vigor à época do edital desta prova, que foi aplicada em Novembro/2009.