Advogado Conselho Regional de Medicina - MG (Prova realizada em 28/05/2017 - Gabarito Preliminar
Elaboração: Fundep)
Prova realizada em 28/05/2017 - Gabarito Preliminar
Elaboração: Fundep
Prova aplicada em Maio/2017

Questão 7 - Língua Portuguesa

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Anexo para as questões 7 a 13

INSTRUÇÃO: Leia o texto II, a seguir, para responder às questões de 7 a 13.

 TEXTO II

 A política de bom senso e o Mais Médicos

 Nos recentes editais de convocação para o programa Mais Médicos, a presença de brasileiros tem sido dominante. No último chamamento público, finalizado em janeiro, médicos com CRM preencheram 99% das vagas, distribuídas em 1.390 postos, ofertados em 642 municípios e dois Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Nesse grupo, se destacam os que têm até cinco anos de formado (86,2%), graduados em instituições privadas brasileiras (53,9%), jovens - na faixa etária de 26 a 30 anos - (44,4%) e do sexo feminino (54%).

 Esse comportamento registrado desde 2015 torna evidente que o Governo pode substituir, sem sobressaltos, os vínculos estabelecidos no programa Mais Médicos pela contratação de profissionais aprovados em concursos públicos nos moldes de uma carreira de Estado para o médico do Sistema Único de Saúde (SUS).

 De acordo com o estudo Demografia Médica no Brasil, realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), com o apoio do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), para a absoluta maioria dos médicos brasileiros (acima de 95%), a fixação dos profissionais em determinado vínculo empregatício ou localidade depende não apenas de um, mas de vários fatores, que, articulados, podem ser resumidos em uma expressão: condições de trabalho.

 Na percepção dos médicos, a permanência por longos períodos num município ou no serviço público se relaciona, entre outros pontos, à existência de infraestrutura de atendimento, ao acesso a aperfeiçoamento contínuo, à oferta de remuneração adequada e à garantia de progressão funcional.

 Todos esses aspectos estão incluídos na proposta de criação de uma carreira de Estado para a categoria no âmbito do SUS, tema tratado em diferentes propostas em tramitação no Congresso Nacional, sendo que uma delas - a PEC 454/2009 - está pronta para votação no Plenário da Câmara dos Deputados.

 A manifestação expressa na referida Demografia Médica indica o efeito positivo que a aprovação dessa PEC trará para o país ao assegurar aos médicos condições de um ético desempenho da medicina, sendo decisiva para eliminar de forma permanente os vazios assistenciais. A criação de uma carreira de Estado para o médico no SUS é a única solução viável para se fazer a interiorização da medicina no Brasil de forma consequente e estruturada. Ao contrário de outras ações [...] não visa o resultado imediato, fugaz e duvidoso, mas prepara o terreno para mudanças com ganhos de longo prazo, com [...] respeito à legislação, à ética e aos princípios da gestão eficiente.

 No passado, algo semelhante aconteceu no âmbito do Judiciário e do Ministério Público que, apenas após a criação de carreiras estatais específicas, conseguiram ampliar seu espectro de ação pelo país. Esse foi o caminho para consolidar a presença da Justiça em municípios pequenos e distantes.

 Deste modo, a carreira de Estado para o médico do SUS beneficiará a Nação como um todo, sendo que a adesão a esse chamado, dentro do escopo definido pela PEC em tramitação, sem sombra de dúvidas será significativa. Afinal, historicamente, o médico brasileiro vem cumprindo seu papel, garantindo assistência aos pacientes e familiares, mesmo quando as condições de trabalho estão longe do ideal.

[...]

Além de o País poder contar com recursos humanos, nos postos de saúde, com formação reconhecida, entre os ganhos concretos estaria a permanência no território nacional de bilhões de reais, que desde 2013 têm sido enviados ao exterior, por meio da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), para custear o pagamento de intercambistas cubanos. Num momento de crise econômica, como o atual, seria uma sábia decisão no sentido de controle e recuperação das finanças do País.

[...]

VITAL, Carlos. A política de bom senso e o Mais Médicos. Saúde Jur. 6 fev. 2017. Disponível em: <https://goo.gl/9XRIZE>. Acesso em: 22 mar. 2017 (Fragmento adaptado).


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São fatores que corroboram e complementam a argumentação do autor do texto, EXCETO:


A A economia gerada com o pagamento dos médicos, posto que os valores pagos aos profissionais de outros países acabam sendo mais dispendiosos para os cofres públicos brasileiros, pois o pagamento é feito via Organização Pan-americana de Saúde.
  
B O abandono de uma política considerada pelo autor como sendo imediatista, que não atende plenamente à população em função de não procurar resolver o problema de atendimento nas localidades mais distantes de modo definitivo.
  
C A formação dos novos médicos do Mais Médicos, uma vez que empregar médicos registrados nos CRMs implica em, de certa forma, saber qual a sua formação e, consequentemente, sua competência técnica para atender a essa população necessitada.
  
D A implantação de uma política duradoura, que trará melhorias aos usuários do SUS por um longo prazo, uma vez que os médicos, em função da política estabelecida, terão condições de realizarem seus trabalhos nas localidades necessitadas.