Analista Judiciário - Área Judiciária (Especialidade Oficial de Justiça Avaliador Federal) - TRT/PR 2015
Elaboração: FCC
Prova aplicada em Novembro/2015

Questão 9 - Língua Portuguesa

Marcações visuais :

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Anexo para as questões 9 a 15

Atenção:      As questões de números 9 a 15 referem-se ao texto que segue.
Questão de ênfase A ênfase é um modo suspeito de expressão. Se há casos em que ela se torna indispensável, como nas tragédias ou na comicidade extrema, na maioria das vezes é um artifício do superficial que se deseja profundo, do lateral que aspira ao centro, do
insignificante que se pretende substancial.  É a fala em voz gritada, o gargalhar sistemático, a cadeia de interjeições, a  produção de caretas, o insistente franzir do cenho, o repetitivo arquear de sobrancelhas, a pronúncia caprichosa de palavras e frases que se
querem sentenciosas e inesquecíveis. 
Na escrita, a ênfase acusa-se na profusão de exclamações, na sistemática caixa alta, nos grafismos espaçosos. Na expressão oral, a ênfase compromete a verdade de um sentimento já de si enfático: despeja risadas antecipando o final da própria piada, força o tom compungido antes de dar a má notícia e se marca no uso indiscriminado de termos como "com certeza" e "literalmente", por exemplo: "Esse aluno está literalmente dando o sangue na prova de Física." Com a ênfase, todos os gestos compõem uma dramaturgia descontrolada.
A ênfase também parece desconfiar do alcance de nossa percepção usual, e nos acusa, se reclamamos do enfático. Este sempre acha que ficaremos encantados com a medida do seu exagero, e nos atribui insensibilidade se não o admiramos. Em suma: o enfático é um chato que se vê a si mesmo como um superlativo. Machado de Assis, por exemplo, não suportava gente que dissesse "Morro por doce de abóbora!".  Por sua vez, o poeta Manuel Bandeira enaltecia a "paixão dos suicidas que se matam sem explicação". Já o enfático vive exclamando o quão decisivo é ele ser muito mais vital do que todos os outros seres humanos.
(Augusto Tolentino, inédito)


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Considerando-se a disposição do texto em parágrafos, constata-se que:







I. no 1o parágrafo, acusa-se a pretensão que leva o responsável pela ênfase a acreditar que o uso dela deverá impressionar um interlocutor, a menos que este se revele um incapacitado para admirá-la.



II. no 2o parágrafo, enfoca-se o modo pelo qual a ênfase marca as formas de discurso da pessoa enfática, bem como os aspectos gestuais de que ela se serve para reforçar o tom enfático.



III. no 3o parágrafo, em tom conclusivo, levantam-se casos em que a ênfase não só se justifica mas se torna necessária para sublinhar uma carga de emoção efetivamente excepcional.



Em relação ao texto, está correto o que se constata APENAS em






A I e II.
  
B I e III.
  
C II e III.
  
D II.
  
E III.