Técnico Judiciário - Área Administrativa - TRT/MG 2009
Elaboração: FCC
Prova aplicada em Novembro/2009

Questão 29 - Língua Portuguesa

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Anexo para as questões 23 a 30

Atenção: As questões de números 23 a 30 baseiam-se no poema apresentado abaixo.

V

Escuta a hora formidável do almoço
na cidade. Os escritórios, num passe, esvaziam-se.
As bocas sugam um rio de carne, legumes e tortas
vitaminosas.
Salta depressa do mar a bandeja de peixes argênteos!
Os subterrâneos da fome choram caldo de sopa,
olhos líquidos de cão através do vidro devoram teu
osso.
Come, braço mecânico, alimenta-te, mão de papel, é
tempo de comida,
mais tarde será o de amor.
Lentamente os escritórios se recuperam, e os negócios,
forma indecisa, evoluem.
O esplêndido negócio insinua-se no tráfego.
Multidões que o cruzam não veem. É sem cor e sem
cheiro.
Está dissimulado no bonde, por trás da brisa do sul,
vem na areia, no telefone, na batalha de aviões,
toma conta de tua alma e dela extrai uma porcentagem.
Escuta a hora espandongada da volta.
Homem depois de homem, mulher, criança, homem,
roupa, cigarro, chapéu, roupa, roupa, roupa,
homem, homem, mulher, homem, mulher, roupa, homem
imaginam esperar qualquer coisa,
e se quedam mudos, escoam-se passo a passo, sentam-
se,
últimos servos do negócio, imaginam voltar para casa,
já noite, entre muros apagados, numa suposta cidade,
imaginam.
(Carlos Drummond de Andrade. Nosso tempo, in Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 128)


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O esplêndido negócio insinua-se no tráfego. (v. 10, 1a estrofe) O verso que reitera a ideia contida no que está transcrito acima é:


A Os escritórios, num passe, esvaziam-se.
  
B ... e os negócios, forma indecisa, evoluem.
  
C Multidões que o cruzam não veem.
  
D Está dissimulado no bonde ...
  
E ... e dela extrai uma porcentagem.