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Encontros e desencontros - imputados ao acaso - desvela-se no inexplicável, enérgico e sublime processo dialético da existência humana, reclamando liberdade para sermos imperfeitos, permitindo-nos acertar, errar, reinventar e, podendo, sermos felizes
Texto enviado ao JurisWay em 11/06/2022.
A ENIGMATICIDADE E EXUBERÂNCIA DA VIDA E DA MORTE.
(Encontros e Desencontros)
Joel Silva de ALMEIDA, em 04/10/2016.
Os encontros e desencontros – quisera imputados ao acaso –, desvelam-se no inexplicável, enérgico e sublime processo dialético da existência humana.
Devir este, no qual o ser jamais será acabado em si – razão de encontrar-se em permanente mutação –, o que nos impulsiona aos anais de nossa biografia não é, senão, a esperança consubstanciada na liberdade (ausência de culpa) e assentada na única certeza: a morte.
Nisto igualmente se manifesta contraditório ou, noutros passos, ratifica-se a interpretação dos contrários, cujos opostos são, em verdade, facetas da singular unidade: o todo.
Afinal, se morre em vida e se (re)vive com a morte.
Daí que estando no sistema de negação da morte (não estar morto), imperativo é se viver, o que pressupõe ousar-se mais, sem, contudo, tornar-se avesso à ética, figurando-se facínora e/ou pervertido.
É não ser totalmente uma “metamorfose ambulante” como optara Raul Seixas, mas igualmente não deixar de valorizar os epitáfios musicados pela Titãs, posto que passado ao sistema do não estar vivo, desejos não mais se realizarão em si (e/ou para si), haja vista o estado de irreversibilidade, não obstante possa (re)viver na retentiva de quem ainda não morreu.
O errar mais está contido no arriscar-se mais, o que não exprime, necessariamente, ser incivil, posto que não elide os acertos e benfeitorias. É, a despeito da pretensa irreverência, conhecer do sistema de estar vivo, razão da impossibilidade de não se viver sem o risco de morrer.
Oras, se a vida introduz a certeza da morte, desventura é não ousar-se em viver, correndo o risco de morrer, sem nunca ter vivido. É dizer: dado que prescinde de ousar-se para morrer, bastando para tanto se estar vivo, convém cingirmo-nos da liberdade e lançarmo-nos aos nossos devaneios (esperanças), ainda que revelarem-se, ao fim, infecundos.
Isso porque, analogicamente falando, a melhor parte da uma viagem não é o destino, mas o caminho, se bem apreciado.
A oportunidade de viver, que é única para cada um, deve ser bem apreciada/vivida, pelo que requer não nos abatermos com as desventuras que nos sobrevém (desencontros), antes, porém, optarmos por não perdermos tempo em contratempos, e, igualmente, não nos privarmos de apreciar um momento de prazer (encontros), por receio de comprometer nosso incerto futuro, pois a urgência da vida é não desperdiçá-la. É não sermos Exagerados a ponto de “morrer de fome, mendigar, roubar, matar” no panorama de Cazuza, menos ainda “deixar a vida ‘nos’ levar” na acepção de Zeca Pagodinho.
Aliás, como não há morte sem que haja vida, de par e passo só há acertos por ocasião dos erros, sendo certo que tais encontros e desencontros (erros e acertos) é que nos consolida enquanto ser humano, motivo da imperatividade da liberdade (de escolhas) dos nossos atos/comportamentos.
Liberdade para sermos imperfeitos, aceitando nossa condição humana; liberdade que pressupõe ausência de culpa, desprendendo-nos do orgulho que nos aprisiona. Sim! O abatimento da culpa nos asfixia, aprisiona, mortifica. Mas o mais penoso é que tal sentimento encontra amparo na imérita exigência que fazemos de nós mesmos, exigindo-nos ter conhecimento do desconhecido, termos sido melhor do que poderíamos.
Bem por isso, é necessário que nos libertemos do orgulho (da vaidade) e, consequentemente, da culpa. Permitindo-nos acertar, sorrir, viajar; passar pelos dilemas, errar, superar as desilusões, reinventar; vivermos e sermos felizes.
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