É bem verdade que, já no século VIII a.C., Hesíodo expusera em suas obras poéticas uma síntese de relatos míticos tradicionais, narrando as origens através de uma genealogia (narrativa da geração dos seres, das coisas e das qualidades, por outros seres, que são seus pais ou antepassados), que ligavam deuses e mortais.
Mas, a partir do século VI a.C., esse tipo de narrativa mítica cedeu lugar a uma nova e mais radical forma de pensamento racional, que não partia da tradição mítica, mas de realidades compreendidas na experiência humana cotidiana.