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Fonte: Estadão Online - O Estado de S.Paulo 29/11/2010
Texto enviado ao JurisWay em 29/11/2010.
A mudança é lenta e não chega a ameaçar o reinado do trio tradicional neutro que cobre cerca de 70% da frota brasileira, mas anima montadoras e fabricantes de tintas a ousarem um pouco mais.
A General Motors prepara para a linha 2012 duas novidades em tons vermelho, um sólido e outro metálico. "De três anos para cá começamos a ver mudanças na preferência dos consumidores por carros mais coloridos", afirma Cristina Belatto, gerente de Color & Trim da montadora.
"Os brasileiros romperam a barreira do preconceito e estão se abrindo mais para cores diferentes", constata Fabrício Biondo, gerente de planejamento de marketing da Volkswagen.
Com a melhora na renda principalmente da classe C - a que mais compra carro novo atualmente -, Biondo diz que os consumidores passaram a analisar melhor as opções de cores oferecidas pelas empresas. "As pessoas começaram a se dar ao luxo de escolher um produto da cor que gostam, que gera maior satisfação, sem se preocupar tanto com o valor de revenda."
Considerada característica única do mercado brasileiro, de acordo com as fabricantes, veículos coloridos se desvalorizam mais na hora da revenda.
O gerente de vendas de seminovos da concessionária Itororó, Cleber Bocchi, afirma que, à exceção dos populares, modelos de cores berrantes perdem dinheiro na revenda. "Brasileiro gosta de prata e preto e as cores que saem disso têm maior encalhe".
Segundo Bocchi, o tempo para venda também é maior. Ele cita o caso de um utilitário-esportivo Mitsubishi TR4 vinho metálico que ficou na loja cinco meses. "Uma versão em prata que recebemos foi vendida em 20 dias", compara.
O vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto, diz que um automóvel vermelho perde no mínimo 5% na revenda em relação a um similar neutro. Ainda assim, a montadora não deixará de investir nas tonalidades mais fortes.
Experiência. Uma das ações positivas da Volkswagen foi com a Saveiro Cross, lançada em março. A empresa preparou uma versão laranja em princípio só para o lançamento, mas foi tão bem aceita que teve de ampliar a produção para atender a demanda crescente.
O amarelo, que até 2007 cobria apenas 2% dos modelos da marca, agora está em 5%. O prata, preto, cinza e branco correspondem a 75% das vendas e Biondo reconhece que, mesmo os coloridos ganhando alguns pontos, os neutros continuarão liderando a preferência dos consumidores.
Tons mais chamativos acabam tendo sucesso em modelos específicos. Na linha Fiat, as variações de cinza (prata, grafite, chumbo) respondem por até 60% das vendas.
No caso do novo Uno, lançado em maio, o comportamento do consumidor é diferente. De acordo com o diretor de produto Carlos Eugênio Dutra, variações de prata e cinza correspondem a 40% das vendas, enquanto o vermelho fica com 20% e o amarelo, o verde e o preto com 10% cada. Azul e outras cores respondem por 5% cada.
O Uno foi totalmente renovado em relação ao modelo anterior, o Mille, e as cores foram pensadas para reforçar a nova forma - que Dutra identifica como quadrada redonda - e para o modelo se sobressair nas ruas. "Muitas vezes o prata e o cinza se misturam com a poluição, com o asfalto e não chamam tanta atenção", afirma.
Rejeição. Se deu certo com o Uno, o mesmo não ocorreu com o Palio. Quando foi lançado, em 1996, o modelo tinha opções em verde, laranja e azul claro. Acabaram sendo retiradas de linha pouco depois, por falta de interesse dos consumidores.
Normalmente, modelos clássicos costumam ter cores mais sóbrias. Entre os consumidores do sedã Honda Civic, 88% ficam com prata e preto e suas variação. O dourado atrai apenas 5% dos clientes, de acordo com o gerente comercial Alberto Pescumo.
Na linha Fit há abertura um pouco maior para cores como vermelho. No lançamento da primeira versão do Fit, a Honda chegou a oferecer uma opção de verde. "Tivemos de dar descontos para vender", lembra o executivo.