Prova Concurso Público - TRT/PR - Analista judiciário - Área Judiciária - Novembro/2015 - FCC - (Gabarito Definitivo)

Dificuldade Média
(30% a 60% de acertos)

Até agora, cerca de 47% acertaram esta questão.

222 pessoas responderam.

Língua Portuguesa

Anexo para as questões 9 a 15

Atenção:      As questões de números 9 a 15 referem-se ao texto que segue.
Questão de ênfase
A ênfase é um modo suspeito de expressão. Se há casos em que ela se torna indispensável, como nas tragédias ou na comicidade extrema, na maioria das vezes é um artifício do superficial que se deseja profundo, do lateral que aspira ao centro, do insignificante que se pretende substancial.  É a fala em voz gritada, o gargalhar sistemático, a cadeia de interjeições, a  produção de caretas, o insistente franzir do cenho, o repetitivo arquear de sobrancelhas, a pronúncia caprichosa de palavras e frases que se querem sentenciosas e inesquecíveis. 
Na escrita, a ênfase acusa-se na profusão de exclamações, na sistemática caixa alta, nos grafismos espaçosos. Na expressão oral, a ênfase compromete a verdade de um sentimento já de si enfático: despeja risadas antecipando o final da própria piada, força o tom compungido antes de dar a má notícia e se marca no uso indiscriminado de termos como "com certeza" e "literalmente", por exemplo: "Esse aluno está literalmente dando o sangue na prova de Física." Com a ênfase, todos os gestos compõem uma dramaturgia descontrolada.
A ênfase também parece desconfiar do alcance de nossa percepção usual, e nos acusa, se reclamamos do enfático. Este sempre acha que ficaremos encantados com a medida do seu exagero, e nos atribui insensibilidade se não o admiramos. Em suma: o enfático é um chato que se vê a si mesmo como um superlativo. Machado de Assis, por exemplo, não suportava gente que dissesse "Morro por doce de abóbora!".  Por sua vez, o poeta Manuel Bandeira enaltecia a "paixão dos suicidas que se matam sem explicação". Já o enfático vive exclamando o quão decisivo é ele ser muito mais vital do que todos os outros seres humanos.
(Augusto Tolentino, inédito)


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12ª Questão:

Na frase A ênfase é um modo suspeito de expressão, que abre o texto, justifica-se o emprego do termo sublinhado porque



a) podem ocorrer casos em que o emprego da ênfase não se confirme como um excesso indesejável.

105 marcações (47%)
b) é próprio do indivíduo enfático que ele mesmo venha a suspeitar da eficácia de suas ênfases.

28 marcações (13%)
c) não se pode admitir a inocência ou a ingenuidade de quem recorre sistematicamente à ênfase.

31 marcações (14%)
d) a intolerância que cerca o emprego da ênfase não se justifica na maioria dos casos.

18 marcações (8%)
e) é patente o reconhecimento de que toda ênfase acentua, por princípio, um exagero inadmissível.


40 marcações (18%)


Lembre-se: Salvo disposição em contrário, as questões e o gabarito levam em consideração a legislação em vigor à época do edital desta prova, que foi aplicada em Novembro/2015.