Prova Concurso Público - TJ/PE - Oficial de Justiça - Maio/2007 - FCC

Dificuldade Média
(30% a 60% de acertos)

Até agora, cerca de 59% acertaram esta questão.

1.503 pessoas responderam.

Língua Portuguesa

Anexo para as questões 1 a 15

Atenção: As questões de números 1 a 15 referem-se ao texto que segue.

Duzentas gramas

Tenho um amigo que fica indignado quando peço na padaria "duzentas" gramas de presunto - já que a forma correta, insiste ele, é duzentos gramas. Sempre discutimos sobre os diferentes modos de falar. Ele argumenta que as regras de pronúncia e de ortografia, já que existem, devem ser obedecidas, e que os mais cultos (como eu, um cara que traduz livros) devem insistir na forma correta, a fim de esclarecer e encaminhar gente menos iluminada.

Eu sempre argumento que, quando ele diz que só existe uma forma correta de falar, está usurpando um termo de outro ramo, que está tentando aplicar a ética à gramática, como se falar corretamente implicasse algum grau de correção moral, como se dizer "duzentas" significasse incorrer numa falha de caráter, e dizer duzentos gramas fosse prova de virtude e integridade.

Ele vem então com aquela de que se pode desculpar a moça da padaria quando fala "duzentas", pois ela desconhece a norma culta, mas quanto a mim, que a domino, demonstro uma falha de caráter ao ignorá-la em benefício dos outros - só para evitar o constrangimento de falar diferente. "Quem sabe fazer o bem e não o faz comete pecado" - parece concluir.

Eu reconheço, sim, que falo de forma diferente dependendo de quem seja meu interlocutor. Às vezes uso deliberadamente formas como "tentêmo" ou "vou ir". Pelo mesmo motivo, todas as gírias e dialetos locais me interessam. Não que - por exemplo - a decisão de dizer "duzentas" gramas seja consciente, uma premeditação em favor da inclusão social. É que, algumas vezes, a coisa certa a se fazer - sobretudo na linguagem falada - é ignorar a norma, ou pervertê-la. Quando peço "duzentas gramas de presunto, por favor", a moça da padaria invariavelmente repete, como que para extorquir minha profissão de fé à norma inculta:

DUZENTAS?

Duzentas, confirmo eu, já meio arrependido, mas caindo, ainda assim, em tentação.

(Adaptado de Paulo Brabo, site A bacia das almas)


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11ª Questão:

Já que as regras existem, acatemos as regras, pois ignorar as determinações das regras transforma quem infringe as regras numa espécie de pecador. Evitam-se as viciosas repetições da frase acima substituindo- se os segmentos sublinhados, respectivamente, por:

a) as acatemos - ignorá-las as determinações - as infringe

193 marcações (13%)
b) acatemos-lhes - ignorar-lhes as determinações - lhes infringe

101 marcações (7%)
c) acatemo-las - ignorar suas determinações - as infringe

894 marcações (59%)
d) acatemo-las - ignorar-lhes as determinações - infringe-lhes

149 marcações (10%)
e) acatemos-lhes - ignorar suas determinações - infringe-as

166 marcações (11%)


Lembre-se: Salvo disposição em contrário, as questões e o gabarito levam em consideração a legislação em vigor à época do edital desta prova, que foi aplicada em Maio/2007.