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Ensaio filosófico identidade em Foucault


Autoria:

Marcos Antonio Duarte Silva


Doutorando em Ciências Criminais,Mestre em Filosofia do Direito e do Estado(PUC/SP), Mestrando em Teologia, Especialista em Direito Penal e Processo Penal(Mackenzie), Especialista em Filosofia Contemporânea; Especialista em Psicanálise, formação em Psicanálise Clínica, Psicanálise Integrativa e Psicaálise Análise e Supervisão Licenciado em Filosofia, formado em Direito,Jornalista, Psicanalista Clínico,Professor de Pós Graduação.

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Resumo:

No mundo moderno a identidade tem assumido um padrão, identificar para saber quem é. Outrossim, checar, verificar, para através desse conhecimento descobrir e poder que se é amigo de uma pessoa que tem um excelente conhecimento.Será isso suficiente?

Texto enviado ao JurisWay em 21/07/2010.



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ENSAIO FILÓSOFICO: IDENTIDADE EM FOUCAULT Foucault poderia ser descrito como pensador, filósofo, historiador e outros adjetivos, mesmo assim chamado, não os aceitavam, havia algo, porém, que o preocupava mais, perguntar-lhe: "quem é você, onde nasceu?" Em sua própria palavra assim expressava: "Quando voltei da Tunísia no inverno de 1968-1969, para Universidade de Vincennes, era difícil dizer o que quer que fosse sem que alguém perguntasse 'De onde você fala? ' Esta colocação me colocava sempre num grande desânimo. Parecia uma questão policial. Sob a aparência de uma questão teórica e política ('De onde você fala? ') me era colocada, de fato, uma questão, de identidade ('no fundo quem é você', 'diga-nos se é idealista ou materialista', 'Diga-nos se é professor ou militante', 'Mostre sua carteira de identidade, diga em nome de que você vai poder circular, de modo que possamos reconhecer onde você está'). Foucault ao ouvir isso, escutava outras interrogações: "A que família pertence? '. Ou ainda: 'Qual é a sua profissão? ', 'Como é que você pode ser classificado'. Sem prostrar a outros pensamentos se não o de Foucault, adentrando em sua forma de ver a sociedade, as pessoas, as convivências, nota-se porque algo tão insurgente trazia a baila uma questão remetida a perguntas oriundas de um pseudo-saber que queria investigar, e não apenas saber se ele poderia transitar em alguns grupos ou não. Essa investigação ultrapassava o limite de uma simples pergunta e colocava-o num grupo de pressão, instigando mais do que o simples conhecimento. É nessa questão central que se verifica o pensamento de Foucault, apresentando não o que se deveria ser, ou que se possui, ou de qual família advém, para poder participar desse ou de outro grupo. Acertado se faz pensar como o próprio Foucault "a identidade é uma das primeiras produções de poder, desse tipo de poder que conhecemos em nossa sociedade." Considerando esta gênese como fato, o que pensar da sociedade que nos cerca? Sem dúvida é assim que sobrevivemos auspiciosamente nesse decantamento, "quem é você?", ou ainda, pior se houvesse possibilidade de falar sem usar das entrelinhas, ousaria surgir "quem é você, que pretende entrar nesse grupo, tem lastro, tem família, conseguiu alguma coisa, ou é, simplesmente uma pessoa qualquer? Em nome da civilidade, ou até educação se age de forma muito, mais cruel, pois o simples não ser direto, leva-nos a qualquer tipo de pensamento pior do que realmente se queira instigar. O que é ter uma identidade? Para que serve? Qual sua função? No que importaria isso para um grupo? Acredito ser essa discussão que Foucault quer trazer a lume, em seu tempo, versava sobre ser ou não marxista, ser filósofo crítico ou um pensador. Qualquer que incidisse seu pensamento pouca ou nenhuma importância teria, pois afinal, o que de fato resolveria a questão seria uma absoluta curiosidade, sem fundamento filosófico e vivacidade em saber profundamente o que Foucault tinha assumido como estilo de vida de seu pensamento. Fato é que tal pensamento permeia até os dias de hoje as sociedades, pequenas, maiores e com o mesmo dilema, poderá este fazer parte de nosso grupo? Está qualificado para sair conosco? Apresentaremos "ele" como quem? Na questão que assola essa singela pergunta, há de se inferir, a quem interessa tal resposta? Pois, ao fim de toda colocação importa mais saber se a pessoa em seu pensamento, sua vivência, suas descobertas, sua vida poderia trazer algo de novo, extasiar a quem o ouvisse, sem este poder de polícia que ordenasse ou brandisse "quem é você". O pensamento de Foucault laureado por algo mais profundo, essência de quem vê além dos costumes triviais verifica nestas perguntas comezinhas algo que está fora de seu alcance de pensador comprometido com o presente, não exatamente com costumes que certamente serão esquecidos ou servirão apenas para demonstração de quão frágil é o pensamento humano. Foucault, não tinha tempo para essa conversa. Seu pensamento robusto se dirigia para imagens de poder, seu uso, e formas de serem utilizadas. A identidade neste quesito assumia a forma de manifestação a favor ou contrário a determinado governo, pensamento, ideologia e prostração fisiológica. Tema importante no que tange a distinguir quem não era e não quem era. Em seu pensamento, Foucault permite-se levar a estrutura e forma de poder existente e tecer desse ponto seu pensamento rijo sobre esse poder, robustecendo sua análise trazendo da história seu contraponto com que hoje vivenciamos. Daí ser a identidade algo muito próximo ao poder de polícia, afinal sua apresentação, ou forma de pergunta lembra e muito acontecimentos diários vivenciados ou não por todos os tipos de pessoa. Certamente a identidade não apresenta, ao contrário, verifica a origem, questiona. Nesse viés a identidade limita, determina o que, quem, quando. Enfim, não é uma identificação é um conhecer da pessoa perguntada, descobrindo se ele pode ou não fazer parte de um determinado segmento. Não se pode deixar de imaginar quão vexatório pode ser essa simples pergunta "quem é você? Quem é sua família?" Não é irreal pensar que ao estarmos em uma sociedade de controle a identidade assuma um papel importantíssimo, demonstrando ao poder de controlar quem deve ter um controle especial. Fictício? A rede de internet está aí para confirmar isso. Nosso nome, identidade, o que fazemos quem somos quem fomos o que estudamos nosso telefone, enfim, tudo, absolutamente tudo se é possível saber através da internet. Nossa identidade é apresentada de forma espontânea, indelével, a quem quer que seja apenas navegando. Não há como negar a importância desse avanço sem fronteiras à internet a serviço da informação, cumpre apenas nos adaptar a essa realidade e saber que pessoas poderão ou não nos aceitar, assim, bem vindos ao futuro da informação. A informação não assume aqui o papel de vilã, pois, sem ela quantas barreiras não teriam atravessadas, quantas questões não seriam resolvidas, informações decisivas chegadas com tardar. Este cenário rico em tecnologia não é o problema é uma solução há muito esperada, há muito desejada e, que seja assim, cumpra seu papel de alavancar de avançar de superar, há sem dúvida necessidade de toda essa evolução. O ponto relevante é para que usaremos a identidade das pessoas? Imagine uma entrevista para um emprego onde tudo que se possa dizer já está registrado pelas informações de bancos de dados adquiridas, onde o candidato tenha que sustentar o que está escrito e não escreveu, não adianta falar, pois tem que estar ali, na tela é apenas confirmação. No desejo de saber quem é o aluno, o trabalhador, aquela pessoa que seu amigo apresentou a pessoa que está sentada em um bistrô, num café, isso perderia todo significado de cortejar, do conhecer, da aproximação, do ouvir, da amizade. Identidade e amizade, identidade e confiança, identidade e conversas jogadas ao ar com o simples prazer de numa noite com pessoas conhecidas outras não tão conhecidas e mesmo assim poder se divertir. A essa altura, qual o papel da identidade? Se há muitas outras coisas a serem construídas? Atenção a ser doada. Tive o privilégio em uma aula ouvir de um sábio professor a seguinte pergunta: "quem sabe o nome da senhora que leva café até as bancas de exames de mestrado e doutorado?" A classe num silêncio sepulcral esperava atônita a resposta tão embaraçosa. Quantos de nós no dia a dia cruzamos com essa senhora sem ao menos querer saber seu nome, apenas a identificando como a mulher que trazia o café para as bancas. Depois do silêncio valioso, pois encerrava ali a lição de um mestre que não se desvia do menor detalhe, o professor disse: "Mercedes, esse é o nome dela". Em mais um silêncio em volto a classe, foi possível reparar, a saída da classe, a senhora Mercedes em seu afazer, a diferença agora era que todos que estavam ali, sabiam seu nome. O que é identidade? Para que serve? Qual sua função? Identidade, para continuarmos sendo socialmente educados e moralmente humanos. E é assim a busca por identidade social, não apenas material, onde a disposição de conhecer sobe acima de questões patrimoniais. Assim se vivêssemos na época de Foucault poderíamos ouvir seu pensamento apenas por entender suas viagens, conhecimento decorrente e não se importar com títulos ou nomenclaturas derivadas deles. Ler ou ouvir algo de um pensador deve saciar nosso querer de aprendizado.
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