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Antes do último dia.


Autoria:

Danilo Santana


Advogado, OAB 32.184 MG, graduado em Direito pela PUC-MG, membro efetivo do Instituto dos Advogados. Especialização em Marketing Internacional e Pós-Graduação em Direito Público. Professor de Direito Empresarial e autor literário.

Texto enviado ao JurisWay em 26/11/2009.

Última edição/atualização em 01/12/2009.



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Em toda a nossa vida, talvez instintivamente, como forma de nos proteger, sempre nos projetamos vislumbrando nossos atos para os dias que se avizinham. Olhamos para à frente, desenhando o futuro de forma otimista ou pessimista, mas sempre o futuro. O imediato, antes ou depois, fica postergado.
 
Também, de forma óbvia, embora egocêntrica, sempre somos o foco maior do teatro que se movimenta no nosso pensamento.
 
No silêncio do nosso íntimo, imersos na ficção de nossa imaginação, construímos e destruímos o mundo, estabelecendo ideais e figuras de ética que convictamente nos propomos a adotar. Geralmente somos todos generosos, com inúmeros propósitos de realizar gestos largos de benesses a pessoas que conhecemos e admiramos ou mesmo a pessoas que julgamos desprotegidas e que, como amigos, anônimos ou não, sempre queremos ajudar.
 
Às vezes nos imaginamos como se fossemos alguém de projeção marcante, um ícone qualquer, e vamos alinhavando uma série infindável de projetos que nos proporíamos a realizar se estivéssemos naquele estágio de vida ou sucesso. É normal, e até saudável, idealizar e ou mergulhar em sonhos passíveis ou não de realização.
 
Vez ou outra, por falta ou excesso de algum hormônio ou coisa assim, nos tornamos mais acelerados, eufóricos, confiantes na concretude dos nossos projetos, ou, de forma inversa, desacreditamos em tudo e em todos, enquanto um abismo de incerteza e desânimo nos inunda o âmago.
 
Quando o nosso ego se volta para o positivismo acreditamos em tudo e em todas as manifestações, terrenas ou não, ainda que tênues e desprovidas de qualquer elo de ligação entre o fato e a fé. É neste momento que apegamos a um ser superior, com ou sem nome específico, que os temores e a cultura nos ensinaram a respeitar e confiar.
 
Mas, como se fosse um pensamento indigno e maldito, sempre nos recusamos a imaginar como seria o último dia da nossa vida, dentro ou fora do seio da nossa família, dos amigos e do nosso habitat natural.  
 
Preferimos nos imaginar presentes em todos os momentos do futuro, ainda que na forma apenas espiritual, como se pudéssemos permanecer eternamente ao lado dos entes queridos, orientando-os ou defendendo-os das intempéries da sobrevivência terrestre.
 
 Abominamos a idéia de nos deixar transformar em cinzas ou sombras do passado, sem força, sem vida e sem consciência imediata de nossa existência. Aliás, não raro, nos apegamos a alguma religião ou filosofia, por mais estúpida que seja a sua doutrina se racionalmente observada. É essa atitude que nos deixa descomprometidos com os reflexos das nossas opções e, então, podemos debitar ou creditar aos céus, claro, as razões do nosso sucesso ou fracasso sem qualquer constrangimento íntimo.      
 
Contudo, ainda que seja mais prático, confortável e menos dolorido o ato de atribuir a outrem, desta ou de outra dimensão, a responsabilidade pelos caminhos que escolhemos, no fundo, bem lá no fundo, sabemos que estamos nos enganando. Induvidosamente o último dia se aproxima a passos largos, cada vez mais rápidos, e temos que fechar a nossa conta de débitos e créditos morais para conosco próprios.
 
Vai chegar a hora em que confrontaremos o nosso ontem com o nosso amanhã; saberemos se fomos fortes ou fracos; corajosos ou covardes; honestos ou falsos; honrados ou indignos. Tudo se desenrolará em uma imensa tela da nossa consciência onde certos momentos vividos pulsarão intensamente, vibrantes, coloridos, enquanto outros permaneceram inertes, silenciosos e acinzentados.
 
Nesse momento nos despojamos das nossas máscaras e muletas  para querendo ou não  julgar os  nossos próprios atos e  pensamentos  experimentados no  passado. Se o enredo se apresenta próximo ou remoto, pouco importa, ao final, seremos sempre justos.
 
O julgamento não comportará penalidades severas, contudo, a constatação dos nossos desacertos, nos amargará profundamente.
 
Será difícil conter a angústia de constatar que não possuímos tempo suficiente para reparar os danos que demos causa, as tristezas que provocamos e os desencantos que ensejamos. Assim, pode ser uma boa medida começar a nos preparar para este evento que, inevitavelmente, em algum momento, se postará à nossa frente, desafiador, pronto para cumprir a sua missão.
 
Talvez por isso, diante de cada palavra, gesto, ou conceito do nosso dia a dia, valha a pena imaginar o peso, a importância e o mérito com que, no tempo certo, ao final de tudo, avaliaremos os nossos atos passados.
 
Mas, se pudermos, com altivez e galhardia enfrentar a despedida maior inspirando a sensação de que fizemos ou tentamos fazer o nosso melhor possível, apenas por isso, já teremos conquistado um momento mágico, gratificante, e de imensa realização.
 
Então, que as trombetas toquem; que as estrelas se agitem no céu; que as luzes se derramem à nossa frente e a natureza se inunde de flores e perfumes, porque nossa missão neste estágio universal estará satisfatoriamente cumprida e, o mais importante, antes do último dia.
 
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Comentários e Opiniões

1) João Oliveira (05/12/2009 às 13:01:52) IP: 189.106.32.203
Interessante essa manifestação do pensamento humano, é uma prova que ainda existe gente pensante nesse nosso Brasil.
2) Parana (05/12/2009 às 16:33:21) IP: 189.55.133.71
só não concordo você achar que Deus é qualquer um.Abraços.
3) Goiana (05/12/2009 às 22:15:45) IP: 189.5.142.225
"toda luta da evolução se processa na esfera do pensamento." Chico Xavier.
4) Válter Alves Batalha (07/12/2009 às 19:24:40) IP: 201.82.124.77
Também não concordo que Deus seja qualquer um. Posto que Ele não existe, não pode ser qualquer um, seja pois ninguém!
5) Nazareneri@hotmail.com (08/12/2009 às 02:24:15) IP: 189.70.86.78
Sem dúvida nos confrontamos com os questionamentos e constatações que a vida nos provoca.Ação e reação ,agromerações de tudo que foi vivido e observado durante o espaço de nossa existencia; quimeras que se liquefaz com outras formas de pensamentos. Parabéns ao escritor pela retórica e propriedade com que trata o assunto! Faz bem ao ego, a consciência do dever cumprido. Talvez, seja esse o remédio que valide a nossa consciência vital.Acreditar, que podemos materializar o que acreditamos.
6) Souzarodriguesrsou@yahoo.com.br (08/12/2009 às 21:23:15) IP: 201.14.5.135
Ao ler o texto, constatei que na minha singela participação nesta vida, como ser humano, fiz e estou fazendo o melhor que posso, para tornar este mundo, a vida principalmente mais bela.
7) Eugênio 9/12/1009 Taguatinga-df (09/12/2009 às 11:11:47) IP: 189.10.76.35
Deus é para todos e de todas as formas, nos basta ter fé em algo superior! Veja a ironia: os deputados distritais agradecendo a Deus pelo dinheiro ganho (roubado) do contribuinte! Gostei muito do que escreveu e meu deu, neste dia, um novo ânimo e lhe digo mais comecei a ler principalmente pelo título "Antes do último dia"! Já estou melhor!!!!! Um abraço! eugeniofelix@gmail.com
8) Darci Strack (11/12/2009 às 18:00:34) IP: 201.15.128.210
interessante e muito importante que se pensse dessa forma pois independente de tu um di tudo vai se acabar.
9) Dr.jivago (13/12/2009 às 13:09:17) IP: 200.18.248.103
Este artigo é uma realidade. É muito interesante por sua transparência e, também é direto sém rodeios. Isso nos motiva a vivermos com mais fraternidade, por um mundo mais justo.
10) Vander Araujo (15/12/2009 às 10:33:41) IP: 189.37.106.206
Ler é bom e gratificante:
... porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.
Atos 4.12
11) Fábio Damacena Pinto (22/12/2009 às 10:45:08) IP: 200.203.152.2
Liberdade de expressão!
Lembre-se disto:nos últimos dias haverá tempos difíceis. Pois muitos serão egoístas, avarentos, orgulhosos, vaidosos, xingadores, ingratos, desobedientes aos seus pais e não terão respeito pela religião. Não terão amor pelos outros e serão duros, caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos e inimigos do bem. serão traidores, atrevidos e cheios de orgulho. Amarão mais os prazeres do que a Deus.
vc conhece as escrituras sagradas, as quais lhe podem dar sabedoria.
12) Vicente Oliva - Vicenteoliva123@uol.com.br (15/02/2010 às 21:41:11) IP: 187.67.212.228

Parabens com louvor ao autor.
Referênciando em mim a bela exposição da trajetoria do autor, sinto-me confortado pela unicidade de pensamento entre nos dois que, nos traz serenidade pelos acertos e conforto pelos desacertos
13) Corintho (19/09/2010 às 17:44:35) IP: 187.15.178.49
Nada vai se acabar um dia pois a vida continua, quem morre é apenas o corpo físico e quando atravessares o portal da vida material, estarás de frente para a vida espiritual tendo que prestar contas de seus atos e condutas mundanas.Este é que é o Juízo que tem que ser prestado por cada um individualmente. Preparem-se para não ser pegos de surpresa e amargar dissabores. Larguem o egoísmo a inveja, a maledicênciae outras plagas mundanas e viva sem apego demasiado as coisas materiais e patrimoniais.
14) Edivani (21/09/2010 às 12:41:49) IP: 187.32.98.43
Não concordo com o autor no como se referiu a Deus. Deus é tudo na vida de qualque ser vivente.QUALQUER SER VIVENTE ESSA É A VERDADE.


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