Outros artigos do mesmo autor
PEC 33: Nazareno Fonteles e A Venezuelização do BrasilDireito Constitucional
Joaquim Barbosa, a advocacia brasileira e seus limitesOutros
Angelina Jolie, a Cirurgia Preventiva e a Responsabilidade Civil MédicaDireito do Consumidor
Dilma 2014: Ou como o PT pretende vencer a reeleição por W.O.Outros
Denúncia: De quem é a Responsabilidade pela Iluminação PúblicaDireito Administrativo
Outras monografias da mesma área
A CHINA É UM PROBLEMA PARA AS EMPRESAS BRASILEIRAS OU O NOSSO VERDADEIRO PROBLEMA É INTERNO?
Não tenha medo do lucro! #DepartamentoasQuintas
A INDÚSTRIA DAS FAKE NEWS: UM RETRATO DE UMA CRISE EDUCACIONAL MAIS COMPLEXA QUE AS ELEIÇÕES
Movimentos sociais de rua como consequência da estrutura ético-política do Estado brasileiro
As duas faces da lei de exceção.
À Luz da Constituição Federal de 1988 Quem Deve Ficar Com os Royalties do Petróleo?
MILITARES FEDERAIS E ESTADUAIS: UMA ABORDAGEM DE SEUS ASPECTOS GERAIS EM BREVE ENSAIO
DA POSSIBILIDADE DO JULGAMENTO LIMINAR DO PROCESSO EM SEDE DE JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS ESTADUAIS.
COMO LINCOLN SE CONECTA AO PRESIDENTE DO STF.
Texto enviado ao JurisWay em 10/01/2013.
Imagine que um Presidente da República encarregue seu chefe da Casa Civil de vencer uma votação no Congresso e, para isso, esse ministro, com o aval de seu comandante, se utilize da prática do fisiologismo, trocando cargos na Administração Pública por votos, e do “mensalão”, oferecendo dinheiro vivo por tais. Pensou em Lula, José Dirceu e o PT?! Pois saiba que essas práticas abomináveis são praxe na política e o tema mor do provável vencedor do Oscar de 2013, o filme “Lincoln”, do aclamado diretor Steven Spielberg.
A eleição de Abraham Lincoln, considerado o maior presidente da História dos Estados Unidos se deu durante a Guerra da Secessão, em 1861, quando Norte e Sul do país se desentenderam e lutaram por ideologias diferentes, dada a diferença econômica que se tinha entre as 13 colônias. O Norte, industrializado, queria o fim da escravidão, ao contrário do Sul, que tinha sua economia agrícola baseada em grandes latifúndios.
Lincoln queria pôr fim à guerra e, para isso, entendia que, abolindo a escravatura, a causa da guerra não mais existiria e, consequentemente, não haveria mais pelo que lutar. Claro que havia outras razões para a abolição, afinal, também se queria a expansão do mercado consumidor que o contigente de 4 milhões de negros a mais alcançaria. Era um passo essencial para o consumismo que domina a América até hoje se consolidasse no capitalismo americano.
A película tem início nesse momento. Seguem-se as mais variadas tratativas e negociações para conseguir os votos necessários para a aprovação da 13ª Emenda no Congresso, aquela que aboliria a escravatura no país. São oferecidos empregos, dinheiro e o presidente Lincoln até ri do parlamentar que se vende por pouco. Ninguém naquele momento discutia a ética ou a legalidade do que estavam fazendo. O presidente tinha “poderes de guerra” e se entendia que tais poderes anulavam qualquer debate acerca da legalidade dos atos ali praticados.
Afinal, pôr fim a uma guerra e ainda abolir a escravatura não valem a imoralidade e ilegalidade de se comprar os votos dos congressistas pelo presidente americano?
Ironicamente, transportando “Lincoln” para o famoso caso do mensalão brasileiro, temos um presidente negro no Supremo Tribunal Federal, também relator da Ação Penal 470 referente à compra de votos dos parlamentares, e logo ele, Joaquim Barbosa, tornou-se o responsável por enjaular os petistas, seguidores da prática que, lá em 1863, deu início à libertação dos ascendentes negros na América do presidente do STF.
Não estou aqui defendendo a prática do mensalão, óbvio, mas fica a reflexão que o filme traz: e se fosse por uma causa nobilíssima como era a de Lincoln, seria um crime menor o praticado pelo PT ou mesmo ele traria tamanha repercussão negativa por parte da opinião pública? É um caso a se pensar.
Nenhum comentário cadastrado.
Somente usuários cadastrados podem avaliar o conteúdo do JurisWay. | |